Novo Banco lança venda de 1,75 mil milhões de euros de crédito malparado
O Novo Banco, que resultou da reestruturação do antigo BES, lançou um processo de venda de cerca de 1,75 mil milhões de euros em ativos que se encontram em incumprimento, segundo a consultora Debtwire, que cita fontes do processo.
© Reuters
Economia Debtwire
O banco liderado por António Ramalho, e que foi comprado pela Lone Star no ano passado, está a avançar com a estratégia de retirar do seu universo os ativos em dificuldades, ainda que não tenha revelado em público informação sobre o processo. A Debtwire avança, no entanto, que a instituição bancária já começou a sondar possíveis investidores e conta com propostas não vinculativas no próximo mês de outubro.
O portfolio em causa consiste em duas tranches de títulos de empresas, sendo que a primeira, de 550 milhões de euros, inclui 54 devedores corporativos. A segunda está avaliada em 1,2 mil milhões em incumprimento, de 62 mil clientes de empresas.
A operação está a ser assessorada pela Alantra, KPMG e Morgan Stanley, segundo a Debtwire.
No primeiro semestre deste ano, o Novo Banco tinha 30,7 mil milhões de ativos em incumprimento, ou 28,7% do crédito total. Este valor já era menor do que em igual período de 2017, em que pesava 32,1%.
O banco já tinha anunciado que iria avançar com este tipo de operação, para um portfolio não-estratégico, e que iria formalizar as vendas até ao final do ano. Entretanto, a instituição está a apostar numa estratégia semelhante para cerca de 700 milhões de euros em imobiliário, processo que está já numa fase mais avançada. Este portfolio conta com cerca de 9 mil ativos, na área residencial, comercial e em terrenos em desenvolvimento.
O Novo Banco não comentou estas informações à Debtwire.
No primeiro semestre deste ano, a instituição teve prejuízos de 231,2 milhões de euros, o que compara com resultados negativos de 290,3 milhões de euros no período homólogo. Nos primeiros seis meses de 2018, o valor constituído para imparidades e provisões (para fazer face a perdas, nomeadamente com créditos) foi de 248,4 milhões de euros, o que significa menos 40% do que as provisões feitas no primeiro semestre de 2017.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com