Mercado têxtil: Como as empresas estão a reinventar as lojas de moda
As cadeias de lojas de roupa começam a responder aos sinais de alarme que surgem das quedas das vendas. Estará a esgotar-se o modelo tradicional?
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Economia Inovação
Os empresários da indústria da moda concordam num ponto: o setor está a enfrentar um novo ponto de viagem e será drástico, revela o jornal El País, que consultou especialistas e empresários do setor. Os espaços físicos das lojas deixaram de ser atrativos e os consumidores começam a visitá-las menos. Menos visitas, menos compras, menos vendas.
Todos os estudos vão no mesmo sentido: as vendas e a rentabilidade por metro quadrado estão a cair na Europa e nos EUA – contrariamente ao que tem acontecido na Ásia. Por este motivo, alguns grupos empresariais decidiram reduzir o número de lojas físicas.
Vamos a um caso em concreto. Por exemplo, a Mango passou de uma faturação de 2.327 milhões em 2015 para 2.194 milhões em 2017, segundo o mesmo jornal.
Alguns especialistas atribuem a desaceleração das vendas a um esgotamento do modelo ‘fast fashion’, que são coleções de moda de segmento médio que foram projetadas de acordo com as tendências mais recentes, mas de forma rápida e barata.
Em parte, o que está acontecer também se deve à expansão do online. “As vendas pela Internet são especialmente importantes para cadeias como a Inditex, onde cresceram 41% no ano passado e agora correspondem a 10% da faturação total”.
Os especialistas consultados pelo El País sugerem que as compras online se tornaram tão inovadoras que agora são mais confortáveis e agradáveis do que as lojas de rua.
Necessidade de se transformarem
As empresas começaram, por isso, a perceber a necessidade de transformarem as suas lojas. A Inditex, por exemplo, investiu 1.500 milhões de euros em funcionalidades desenvolvidas para o cliente, ao passo que a Desigual diz que o objetivo da marca é tornar-se "numa empresa focada no consumidor".
As lojas estão a utilizar tecnologias de última geração, como big data, realidade virtual, realidade aumentada ou pagamento móvel para melhorar a experiência do cliente em loja. Todas estas mudanças estão é a revelar-se investimentos pesados.
Por isso, o que as lojas estão a fazer é a criar experiências para o consumidor, para responder às suas necessidades. "Estes [os consumidores] não só querem comer ou comprar coisas, querem viver experiências, o que requer uma transformação dos espaços atuais."
Um dos especialistas contou ao jornal que os centros comerciais estão a tornar as experiências como um íman para turistas nacionais e internacionais, “com espaços gastronómicos e espaços de reuniões com conceitos inovadores”.
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