Há um fator a afetar vendas da Gillette. Sim, a moda dos homens de barba
Usar pelos faciais está na moda, mas isso tem feito as vendas de lâminas cair nos últimos anos.
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Economia Estados Unidos
Os homens de todo o mundo já não se barbeiam como antigamente. Há fartas barbas, barbas cuidadas ou com um ar mais selvagem e até peras um pouco por toda a parte. Até aqueles que antes faziam a barba todos os dias antes do trabalho, agora sentem-se confortáveis para, ocasionalmente, a deixar como está, pois já não há um tabu no contexto de trabalho em relação aos pelos faciais como havia antigamente.
Segundo Jon Moeller, o chefe do departamento financeiro da Proctor & Gamble [a empresa mãe da Gillette], "a mudança contínua da sociedade para uma diminuição do número de vezes que se barbeiam" tem deitado por terra o esforço da Gillette para fortalecer as vendas, conta a CNN.
A empresa acredita que é mais fácil para os homens hoje em dia evitar fazer a barba durante a semana de trabalho ou ao fim de semana. "Hoje, os homens já não são julgados negativamente por não se barbearem - não é considerado preguiçoso ou desrespeitoso", explicou o vice-presidente da Gillette da America do Norte, Massimiliano Menozzi.
Uma empresa de estudos de mercado, a Mintel, revelou que as atitudes no barbear mudam consoante o grupo etário, mas os homens com menos de 45 anos têm uma abordagem mais relaxada à matéria.
Segundo os dados, nos mercados desenvolvidos, o número médio de vezes que os homens se barbeiam por semana caiu de 3,7 para 3,2 na última década. O que resulta em menos duas vezes por mês, dizem os últimos estudos ao consumidor feitos pela Gillette.
Nos Estados Unidos, a venda de lâminas descartáveis ou de longa duração desceu nos últimos três anos. De junho a 2018, as vendas caíram 5,1% comparativamente com o mesmo período no ano anterior.
Esse declínio acabou por pesar na maior empresa de lâminas do mundo, que resolveu mudar de tática no negócio do pelo. A unidade da Proctor & Gamble, que inclui a Gillette, a Braun e a Venus, representou 10% dos 66,8 biliões de dólares feitos em vendas o ano passado.
Entre as novas táticas contam-se medidas como uma descida de 12% nos preços e uma expansão para escolhas para o consumidor mais baratas, como os conjuntos de três a cinco lâminas por menos de dez dólares. Isso permitiu que recuperassem e revertessem o declínio nas vendas.
A Proctor & Gamble percebeu que o negócio da barba não pode representar todo o seu futuro e a empresa adaptou-se à mudança, oferecendo acessórios para o cuidado dos pelos faciais e não só para o seu corte. "Ninguém está melhor posicionado para competir neste mercado. No ano passado, fomos muito mais deliberados sobre como relembrar os homens do grande número de ferramentas que temos à disposição das suas necessidades", admitiu Massimiliano.
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