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Os três fatores que ameaçam o crescimento de África

O economista-chefe do Afreximbank considera que os maiores riscos ao crescimento económico de África são um abrandamento da China, a política monetária dos bancos centrais norte-americanos e europeu e uma eventual guerra comercial.

Os três fatores que ameaçam o crescimento de África
Notícias ao Minuto

09:20 - 15/07/18 por Lusa

Economia Economistas

"Há três riscos principais para o crescimento económico que prevemos para África, que são uma forte desaceleração na China, a possibilidade de a guerra comercial entre os Estados Unidos e outras economias tornar-se real e sustentada, e as condições financeiras a nível global, nomeadamente as políticas monetárias dos EUA e Europa", disse Hypolitte Fofack.

Em entrevista à Lusa durante os Encontros Anuais do Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank), Fofack explicou que a degradação das relações comerciais entre a maior economia mundial e as outras "pode afetar a procura global e o crescimento africano, a que se junta a política monetária menos restritiva da Reserva Federal norte-americana e a possibilidade de o Banco Central Europeu terminar a política de estímulos à economia ['quantitative easing', no original em inglês] no final deste ano".

Isso, acrescentou, "pode acelerar a subida das taxas de juro e aumentar os custos de financiamento, com potenciais implicações não só para os credores soberanos que procuram financiamento nos mercados internacionais, mas também para as empresas que buscam financiamento internacional".

O aumento dos custos de financiamento das empresas e dos países importantes, vincou o economista-chefe do Afreximbank, "pode deter futuros investimentos no continente".

O Afreximbank prevê que a economia africana cresça, em média, 4,1% este ano, o que está ligeiramente acima das previsões do Fundo Monetário Internacional, que antevê um crescimento ligeiramente abaixo dos 4%, o que é considerado insuficiente para melhorar as condições de vida da generalidade dos africanos, segundo o Banco Mundial.

Questionado sobre a evolução das economias africanas desde a crise dos preços das matérias-primas, que desceram abruptamente no verão de 2014, Fofack argumentou que "as crises são esperadas no sistema capitalista" e defendeu que "o segredo é garantir que as economias são suficientemente resilientes para garantir que as crises e as recessões são de curta duração, porque quanto mais longas são, mais impacto têm no crescimento a longo prazo".

Esta é uma das razões para a direção do Afreximbank chamar constantemente a atenção para a necessidade de aumentar as trocas entre os países: "Mitigar a exposição às crises é uma das principais razões para potenciarmos a industrialização e o comércio intra-africano, porque as pesquisas mostram que quanto mais os países trocam entre si menos expostos estão a crises externas por isso a diversificação.

O Afreximbank, cujos Encontros Anuais decorrem até sábado em Abuja, a capital da Nigéria, é um banco de apoio ao comércio, exportações e importações em África e foi criado em Abuja, 1993. Tem um capital de 11,9 mil milhões de dólares e está sediado no Cairo.

Os acionistas são entidades públicas e privadas divididas em quatro classes e dele fazem parte governos africanos, bancos centrais, instituições regionais e sub-regionais, investidores privados, instituições financeiras, agências de crédito às exportações e investidores privados, para além de instituições financeiras não africanas e de investidores em nome individual.

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