A empresa detentora do empreendimento revelou, em nota de imprensa, que, com a entrada da Dolce Hotels and Resorts na gestão, o hotel passa a designar-se Dolce CampoReal Lisboa, juntando-se aos 26 hotéis de luxo, empreendimentos turísticos e centros de conferências na Europa e Estados Unidos da América geridos pela cadeira norte-americana.
Na Europa, o hotel Campo Real é o sétimo, possuindo 151 quartos, três restaurantes, um campo de golfe de 18 buracos, spa, espaço de ‘fitness’, três bares e centro equestre.
Segundo o comunicado, a integração do Dolce CampoReal Lisboa "alarga as perspetivas de expansão a nível europeu" da cadeira internacional, "mantendo a estratégia de explorar unidades próximas das grandes cidades e aeroportos".
O empreendimento reabriu no final de maio, depois de ter sido adquirido pelo Fundo Discovery no âmbito do processo de insolvência, vindo desde então a readmitir os seus trabalhadores, mais de uma centena, que em março tinham sido despedidos com o encerramento do hotel.
O empreendimento turístico atravessava desde 2011 um processo de insolvência, requerida pela própria administração, e encerrou em março por decisão dos credores, por falta de liquidez financeira para pagar salários de acordo com o processo, a que a Lusa teve acesso.
Depois de terem sido recusadas propostas de compra por parte de outros investidores por não serem consideradas vantajosas, os credores - o principal dos quais é o BCP -, decidiram entregar o empreendimento ao Fundo Discovery, que gere ativos imobiliários turísticos em Portugal desde setembro de 2012.
O insolvente Grupo Orizon, cuja administração era liderada por Eduardo Neto de Almeida, tinha em 2009 passado a propriedade do imóvel para o BCP, para reduzir a dívida causada pelo financiamento de construção de todo o empreendimento, inaugurado em 2007.
A empresa, que geriu o hotel até à data da insolvência, possuía à data 654 credores e dívidas na ordem dos 70,4 milhões de euros, das quais 38,7 milhões são ao BCP.
Os credores optaram por uma solução que permitisse a continuidade de todo o empreendimento para salvaguardar a manutenção da licença para fins turísticos e a permanência da residência nas quase quatro centenas de moradias, cujos proprietários investiram mais de cem milhões de euros.
O Grupo Orizon encerrou o ano de 2010 e 2011 com, respetivamente, 3,3 e dois milhões de euros de prejuízos.
Entre outubro de 2007 e novembro de 2009, o empreendimento teve associado o único hotel Westin de cinco estrelas da cadeia Starwood em Portugal, mas desvinculou-se da marca.
O hotel foi inaugurado em outubro de 2007 pelo ex-ministro da Economia Manuel Pinho, tendo sido investidos 44 milhões de euros no hotel e respetivo campo de golfe.