Acordo de livre comércio em África pode aumentar trocas em 52%
O ministro do Comércio e Indústria do Egito considera que a criação de uma zona livre de comércio em África poderia aumentar o comércio entre países africanos em 52% e elimintar 90% das tarifas aduaneiras até 2022.
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Economia Egito
Falando numa conferência de apresentação da primeira Feira Comercial Intra-africana (IATF2018, no original em inglês), que decorreu no Cairo, Tariq Qabeel argumentou que o tratado de criação da Zona de Livre Comércio Africana (ZLEC) é "um passo importantíssimo para a integração regional".
O encontro realizou-se na cidade que vai acolher, de 11 a 17 de dezembro, a primeira grande reunião dedicada ao comércio livre em África, e que é organizada pelo Banco de Exportações e Importações Africano (Afreximbank) em colaboração com a União Africana, com o objetivo de aprofundar os laços comerciais entre os países deste continente.
O presidente do Afreximbank, Benedict Oramah, disse que muitos empresários africanos não estão cientes que muitos dos produtos que compram a países estrangeiros nos Estados Unidos ou na Europa são produzidos em África, e que seria mais barato comprar diretamente aos vizinhos regionais.
A Conferência do Cairo foi a primeira de uma série de encontros destinados a promover a IATF2018, estando previstas várias conferências semelhantes na África do Sul, Nigéria, Quénia e Costa do Marfim.
A 21 de março, na cimeira extraordinária da UA, que decorreu em Kigali, capital do Ruanda, 44 dos 54 Estados-membros da organização pan-africana aprovaram o acordo que prevê lançar o tratado de criação da ZLEC.
A criação desta região económica, que visa fortalecer os fragmentados mercados africanos e a presença, a uma só voz, na cena internacional nas negociações com outros blocos, vai permitir apoiar o desenvolvimento de um continente com cerca de 1.200 milhões de habitantes.
Apesar de assinado, desconhece-se quando entrará em vigor, sendo que o passo seguinte é a ratificação interna dos Estados signatários. Serão necessárias pelo menos 22 ratificações para que o acordo entre em vigor.
A ZLEC permitirá criar o maior mercado do mundo, uma vez que envolverá os 55 Estados-membros da UA, com um Produto Interno Bruto (PIB) acumulado a ascender a 2,5 biliões de dólares, cerca de 2 biliões de euros.
O Comissário da UA para o Comércio e Indústria, Albert Muchanga, defendeu que a indústria e a classe média do continente vão beneficiar com a eliminação progressiva dos direitos alfandegários entre os membros da ZLEC, tendo em conta que apenas 16% do comércio dos países africanos é feito no continente.
A ZLEC inscreve-se no quadro de um processo que, até 2028, prevê a constituição de um mercado comum e de uma união económica e monetária de África, razão pela qual também está em curso a implementação do Passaporte Único Africano, tudo incluído na chamada Agenda 2063, que visa desenvolver económica, financeira e socialmente o continente até àquele ano.
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