Fitch alerta REN para risco de investimento adicional de 400 milhões
A Fitch alertou hoje que um investimento adicional de 400 milhões de euros, previsto no plano estratégico da REN até 2021, pode levar a uma descida do rating, se não for acompanhado por medidas de compensação deste esforço financeiro.
© iStock
Economia 2021
Em comunicado, a agência de notação financeira considera que o adicional de 400 milhões de euros de investimento -- além do intervalo previsto de entre 480 e 580 milhões de euros, segundo o plano estratégico até 2021 -- pode provocar uma descida no grau de classificação da REN, atualmente em 'BBB', ressalvando que não terá impacto no 'rating' de longo prazo ('senior unsecured rating', que também é de 'BBB'), que pode continuar acima do da empresa, tendo em conta "a elevada percentagem de receitas reguladas e a perspetiva de retorno.
A Fitch avisa que não altera o 'rating' da empresa liderada por Rodrigo Costa por considerar "o compromisso da administração" e o "histórico positivo" de medidas para alavancar o investimento.
"Esperamos que investimentos adicionais, quando se realizarem, sejam acompanhados de ações para compensar a alavancagem, como no passado com a venda da participação na Enagas e, mais recentemente, o aumento de capital de 250 milhões de euros, feito ao mesmo tempo que investimentos avultados", lê-se no comunicado.
Em maio, a administração da REN anunciou uma margem de até 400 milhões de euros para investir em novas oportunidades até 2021, além do intervalo previsto de entre 480 e 580 milhões de euros até 2021.
"Temos um intervalo médio ano a ano durante os próximos três a quatro anos [entre 120 e 145 milhões de euros]. Os 400 milhões são uma disponibilidade natural para investir fora desse CAPEX [investimento] normal e inclusive estamos a dizer que pode ser aplicado em Portugal ou na zona da América latina onde já estamos hoje [Chile]", explicou Rodrigo Costa, quando questionado sobre a referência no plano estratégico deste montante para investir "em novas oportunidades de crescimento".
À margem do evento de divulgação do plano, o gestor explicou que não se trata de "um montante muito grande na indústria" e que pode servir para um projeto em Portugal, dando como exemplo a extensão da infraestrutura ferroviária [a Espanha], que, "a concretizar-se, precisa de [ligação elétrica de] alta tensão".
Mas podem também servir para reforçar a rede elétrica no Alentejo, onde o licenciamento de um elevado número de centrais solares exige projetos para receção de nova produção fotovoltaica, referiu.
Em declarações aos jornalistas, explicou que a definição dessa verba "foi mais para partilhar que o mundo não é um quadrado com dimensões pré-definidas".
"Temos que ter flexibilidade. Se houver mais investimento em Portugal, vamos ter menos recursos para investir fora e também menos necessidade de o fazer. Em Portugal temos projetos que podem ser oportunidades que se podem concretizar", adiantou.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com