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Empresários cabo-verdianos criam unidade para angariar crédito

O presidente da Câmara de Comércio de Barlavento cabo-verdiano afirmou hoje que tem havido "algum conservadorismo" da banca para financiar a economia, informando que as duas câmaras estão a montar uma unidade para mobilizar recursos às empresas.

Empresários cabo-verdianos criam unidade para angariar crédito
Notícias ao Minuto

13:50 - 03/06/18 por Lusa

Economia Entrevista

"Dentro desta temática de financiamento da economia, estamos a montar uma unidade de mobilização de recursos, como alternativa de financiamento às pequenas e médias empresas", anunciou Belarmino Lucas, em entrevista à agência Lusa.

O presidente da CCB afirmou que o projeto está a ser montado em parceria com a Câmara de Comércio, Indústria e Serviço de Sotavento (CCISS), que abrange as ilhas do Maio, Santiago, Fogo e Brava.

A Câmara de Comércio de Barlavento (CCB), a maior agremiação empresarial da região Norte do país, tem 465 empresas ativas associadas, das ilhas de Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Sal e Boavista, que representam quase 11% do total das 4.307 empresas ativas nas cinco ilhas.

Os setores dominantes no Norte do país são o comércio e serviços, mas há também empresas ligadas ao turismo, indústria e transportes, segundo Belarmino Lucas, indicando que muito das empresas são mistas, com capital estrangeiro, na sua maioria de Portugal.

O líder empresarial disse que unidade vai ter gente que se dedica exclusivamente à procura de alternativas de financiamento às pequenas e médias empresas, com base de dados, conhecimento dos procedimentos e ajudar as empresas a chegar às fontes de financiamento.

O empresário notou "algum conservadorismo" da banca cabo-verdiana relativamente ao crédito à economia e uma "falta de convergência" entre as necessidades de financiamento das empresas e a disponibilidade do sistema bancário.

Por isso, considerou que é preciso essa intervenção do Estado para criar alternativas e avaliar as exigências feitas aos empresários.

Neste sentido, recordou um protocolo assinado em abril entre o Governo e a banca cabo-verdiana, para a abertura de uma linha de crédito de cerca de 50 milhões de euros para financiamento às empresas com garantia do Estado e juros bonificados em 50%.

"Há manifestamente uma postura muita mais amigável e pró setor privado deste Governo. Agora, uma coisa é ter esta intenção, tomar as medidas, e outra coisa são os resultados dessas medidas que nem sempre têm o efeito exatamente esperado ou que, noutros casos, demoram a produzir os seus efeitos", prosseguiu o líder associativo.

Na entrevista à Lusa, o presidente da maior agremiação empresarial do Norte de Cabo Verde disse que Governo tem feito um "esforço grande" para alterar o status quo relativamente à economia, com um conjunto de medidas, nomeadamente no que diz respeito ao financiamento e ao relacionamento com o setor privado, mas tardam a fazer efeitos.

"O que tem eventualmente falhado é alguma efetivamente dos resultados de certas medidas que têm vindo a ser tomadas. Há medidas que se tomam, mas que ainda não produziram o devido resultado e outras em que o ritmo de implementação pode não estar a ser o adequado", avaliou.

O presidente da CCB deu conta ainda de outros projetos das duas câmaras para melhorar a vida dos empresários, como a criação de um núcleo de empresas certificadas nas mais diversas áreas, com apoio do Banco Mundial.

Belarmino Lucas disse que o objetivo é conseguir a certificação para as empresas poderem ter condições de atingir o mercado interno, mais concretamente o mercado turístico.

Também disse que a CCB está envolvida na construção de naves industriais no parque do Lazareto, em São Vicente, para atrair empresas industriais.

Ainda em parceria com a congénere de Sotavento, a Câmara de Comércio de Barlavento está a criar um sistema de videoconferência a nível nacional, para mitigar os efeitos da insularidade e ter maior integração do mercado cabo-verdiano.

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