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Airhelp acusa easyJet de reter compensações aos passageiros. Empresa nega

A AirHelp denunciou hoje que a easyJet está a reter compensações devidas aos passageiros por perturbações nos voos, numa "tática de obstrução" que diz ser "prática comum" a muitas companhias, mas a empresa contesta "de forma absoluta" esta acusação.

Airhelp acusa easyJet de reter compensações aos passageiros. Empresa nega
Notícias ao Minuto

16:09 - 28/05/18 por Lusa

Economia Companhia aérea

"Em 2017 os nossos dados mostram que a easyJet acumulou um valor superior a 120 milhões de euros em compensações por atrasos ou cancelamentos em voos, pelo que existe bastante dinheiro em cima da mesa para os passageiros afetados. Desafiamos a easyJet a partilhar os seus dados publicamente para demonstrar o contrário", refere a empresa de defesa de direitos dos passageiros numa análise a que a agência Lusa teve hoje acesso.

Segundo a Airhelp, "é praticamente impossível para os consumidores receberem compensações derivadas de perturbações em voos da easyJet sem recorrerem a um amplo apoio jurídico", sendo que, "a menos que tenha sido tomada uma ação legal, a companhia apenas compensa passageiros em menos de 2% dos casos".

Contactada pela agência Lusa, a easyJet diz que "não reconhece, de forma absoluta, esses resultados", assegurando que "assume as suas responsabilidades ao abrigo do Regulamento (CE) n.º 261/2004 de forma extremamente séria e, como tal, procede sempre ao pagamento das indemnizações".

"Oferecemos formas simples e fáceis de encontrar este método no nosso 'site' e estamos atualmente a processar reivindicações válidas em menos de 21 dias", garante, salientando estar "focada em melhorar ainda mais esse tempo de processamento de pagamentos até ao final deste ano".

Conforme explica, o objetivo é "tornar este procedimento o mais fácil possível para os passageiros", de forma que estes possam "reclamar diretamente" com a companhia "em vez de sacrificar uma parte significativa de sua compensação a outras organizações, como a AirHelp, desnecessariamente", acrescenta.

Afirmando ter analisado "mais de 27.000 pedidos de compensação resultantes de perturbações em voos da easyJet", a Airhelp insiste que a companhia tem uma "tática de obstrução que, garante, "é uma prática comum para muitas companhias aéreas", que "não são sancionadas" por esta atuação.

"Se as companhias aéreas forem responsáveis por atrasos ou cancelamentos ou negarem o embarque a um passageiro, terão de pagar uma compensação de até 600 euros por pessoa. Para isso, de acordo com a lei, os passageiros afetados só necessitam de entrar em contacto com a companhia aérea responsável através de carta. Infelizmente, na prática, isso não funciona tão facilmente", refere o presidente executivo e cofundador da Airhelp, Henrik Zillmer.

Conforme explica, muitas companhias aéreas "atrasam ou negligenciam o pagamento legítimo das compensações decorrentes de perturbações em voos" por saberem "que os viajantes vão pensar duas vezes antes de entrar em contacto com um advogado e ir a tribunal contra uma grande empresa, pois desconhecem os seus direitos e receiam entrar numa batalha legal dispendiosa e sem fim".

"Muitas companhias aéreas empatam os seus passageiros com a esperança de que estes desistam dos pedidos. Desta forma, conseguem economizar muito dinheiro que deveria ser pago aos seus utilizadores, uma vez que o direito a compensação está claramente definido pelo regulamento europeu CE 261", sustenta Henrik Zillmer.

"Os nossos dados internos mostram claramente que companhias como a easyJet ignoram os pedidos de compensação até perceberem que estamos dispostos a ir até onde for preciso, incluindo a tribunal, em nome dos passageiros", acrescenta.

Defendendo que "estas práticas injustas devem acabar", a Airhelp considera que "as companhias aéreas que deliberadamente retêm os pagamentos devem ser sancionadas, para evitar que grandes empresas contornem a proteção dos consumidores estabelecida por lei".

"Mesmo quando existe resposta por parte da companhia, muitas vezes esta não é clara ou completa, conforme exigido pelo regulamento europeu, pois as respostas negativas não são acompanhadas dos respetivos fundamentos e documentos que a sustentam, e as respostas positivas não são acompanhadas do pagamento devido ou da solicitação dos dados necessários para o pagamento", refere.

Fundada em 2013 e representada em 30 países, a Airhelp afirma que "a probabilidade de compensação financeira sem assistência legal é muito baixa", enquanto "um pedido tratado por um advogado especializado da rede jurídica global" da empresa "tem oito vezes mais hipóteses de ser bem-sucedido".

"Durante este período já ajudámos cinco milhões de passageiros a receber 300 milhões de euros em compensações, indo a tribunal se necessário", adianta, calculando que "13 milhões de passageiros perdem cinco mil milhões de euros em compensação todos os anos", até porque "85% dos passageiros europeus não conhecem os seus direitos".

Segundo a empresa, "mesmo que todas as compensações elegíveis fossem pagas, o impacto no preço dos bilhetes seria reduzido, significando menos de um euro por passageiro": "De acordo com um relatório publicado pela Direção-Geral da Mobilidade e dos Transportes da União Europeia, o custo por bilhete em voos de longa distância aumentaria apenas 1,63 euros por passageiro", diz.

Segundo a legislação atual, no caso de atrasos, cancelamentos de voos ou impedimento de embarque os passageiros podem ter direito a uma compensação até 600 euros por pessoa, desde que o aeroporto de partida se encontre dentro da União Europeia ou a companhia aérea tenha sede na União e a razão da perturbação tenha sido causada pela companhia.

O direito à compensação financeira deve ser reclamado no prazo de três anos a contar da data da perturbação, sendo que circunstâncias extraordinárias como tempestades ou emergências médicas isentam as companhias da obrigação de compensar os passageiros.

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