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EDP: Portugal pode ser porta de entrada da China em setores estratégicos

A escola espanhola de ensino superior de gestão Esade alertou hoje em Madrid para possibilidade de Portugal ser a "porta de entrada" da China em setores estratégicos europeus, caso a China Three Gorges (CTG) venha a controlar a EDP.

EDP: Portugal pode ser porta de entrada da China em setores estratégicos
Notícias ao Minuto

15:32 - 23/05/18 por Lusa

Economia ESADE

A professora do Esade Ivana Casaburi realçou que "Portugal pode ser a porta de entrada" da China nos setores estratégicos europeus numa altura em que os maiores Estados-membros da União Europeia querem regular os investimentos do gigante asiático em setores vitais como o da energia.

Na apresentação do estudo "Tendências do investimento chinês na Europa", a professora considerou ser "um risco" para os europeus aceitarem o domínio chinês neste tipo de setores económicos, tanto mais que Pequim recusa abrir às empresas europeias essas mesmas áreas no seu grande mercado interno.

"Não haveria problema se as regras do jogo fossem claras" e "equitativas", defendeu Casaburi, acrescentando que Pequim coloca entraves à entrada de capitais estrangeiros nos seus setores estratégicos, mas quer dominar a energética portuguesa.

Segundo a estudiosa, as principais economias europeias -- Alemanha, França e Itália -- pretendem criar legislação comunitária para proteger os interesses do continente europeu.

Ivana Casaburi reconheceu que o principal argumento para que o Governo português já tenha manifestado simpatia pela entrada da CTG é estar convencido de que a EDP irá manter melhor a sua integridade se for dominada por capitais chineses, havendo receio da sua diluição em empresas maiores se for comprada por uma europeia.

Esta professora defendeu que Lisboa não pode ver esta matéria a curto prazo, mas sim pensar na evolução a longo prazo.

A CTG (que já é o maior acionista da EDP com 23% do capital) anunciou há duas semanas a intenção de lançar de uma OPA voluntária sobre o capital da EDP, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros por cada ação, o que representa um prémio de 4,82% face ao valor de mercado da altura.

A empresa estatal chinesa lançou também uma OPA obrigatória sobre o capital da EDP Renováveis, oferecendo uma contrapartida de 7,33 euros por cada ação.

A EDP controla 82,6% do capital social da EDPR que tem a sua sede em Madrid.

O grupo chinês afirma, no anúncio preliminar da operação, que só lançará a OPA sobre a EDP se o Governo português não se opuser à operação.

O primeiro-ministro, António Costa, já disse que não tem "nenhuma reserva a opor" a que o grupo chinês realize a OPA sobre a EDP.

A EDP, por sua vez, já considerou que o preço oferecido pela CTG Europe é baixo e "não reflete adequadamente o valor" da empresa.

No relatório apresentado em Madrid, Portugal aparece como o país com menos restrições ao investimento direto estrangeiro, seguido pela Holanda e pela Espanha.

As Filipinas são, por sua vez, o país mais restritivo, logo seguido da China e da Arábia Saudita.

O estudo "Tendências do investimento chinês na Europa" coloca Portugal, tendo em conta a sua dimensão económica, como o segundo país europeu que mais investimento direto recebeu da China de 2010 até 2016.

Portugal teve um rácio de investimento acumulado, ponderado pela sua dimensão económica, de 3,66, apenas ultrapassado pela Finlândia (4,47) e à frente da Hungria (3,11), Irlanda (2,80) e Malta (2,56).

A China investiu em Portugal um total de 7.321 milhões de dólares (6.249 milhões de euros ao câmbio de hoje) entre 2010 e 2016, sendo o sétimo país europeu que mais capitais chineses recebeu a seguir ao Reino Unido (32.080 milhões de dólares), Alemanha (18.610), Itália (15.810), França (12.930), Finlândia (10.580) e Irlanda (8.220).

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