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Futuro do setor da fundição passa por "paradigma da economia circular"

A indústria de fundição está "muito exposta" à concorrência internacional, tem uma "forte dependência" do setor automóvel e sofre de um "défice de imagem", mas pode prosperar se assumir como "desígnio" ser "o paradigma da economia circular" em Portugal.

Futuro do setor da fundição passa por "paradigma da economia circular"
Notícias ao Minuto

16:44 - 18/05/18 por Lusa

Economia Indústria

Este é um dos vetores defendidos no Plano Estratégico para a Indústria de Fundição, elaborado pelo economista Alberto Castro e a que a agência Lusa teve hoje acesso, segundo o qual "se quiser ser protagonista e dar um passo além daquilo que define um setor (o uso de uma tecnologia comum), a fundição tem de ter um desígnio" coletivo.

"O primeiro desígnio da fundição é ser o paradigma da economia circular [conceito que assenta na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia] em Portugal", sustenta o estudo, o que implica "ser um setor exemplar e superar fragilidades, nomeadamente em termos de responsabilidade social -- condições de trabalho, ineficiência energética e emissões", entre outros.

No documento, a indústria portuguesa de fundição - que emprega mais de 6.200 trabalhadores e vende 600 milhões de euros - é descrita como "um setor exposto à concorrência internacional, para o bem e para o mal", com "uma forte dependência do setor automóvel, que representa cerca de 80% do seu mercado", e com "um défice de imagem relativamente ao seu valor".

Entre as "forças" do setor, Alberto Castro aponta o facto se tratar de um "setor pequeno", com "tradição e resiliência" e "capacidade de competir internacionalmente", que atualmente já exporta cerca de 80% da produção.

A "razoável estrutura financeira" das empresas e a "ambição" demonstrada são outras "forças" identificadas no plano, que refere ainda o "peso significativo" de algumas "unidades de referência" na indústria.

Em contrapartida, são apontadas como "fraquezas" a "pequena dimensão económica", a "reduzida visibilidade", a "fragilidade da imagem", a "dificuldade de captar e reter os colaboradores" e a "multiplicidade de especializações" do setor.

Neste contexto, o plano estratégico elege a economia circular como uma das grandes "oportunidades a não desperdiçar" pela indústria, que a fundição representa aqui "um papel único e avançado", já que recicla grande parte da matéria-prima e dos desperdícios da produção.

Ainda defendida é a "necessidade de levar mais longe a responsabilidade social das empresas" do setor, tendo por base um modelo de três P's -- 'Planet, People and Profit' (planeta, pessoas e lucro) e como pano de fundo os conceitos de "ética, sustentabilidade e 'governance' [governação]".

No que se refere às "ameaças" à indústria de fundição, são referidas a "intensificação da concorrência internacional", a "possibilidade de reestruturações/consolidações empresariais", o "protecionismo resultante dos novos desenvolvimentos da política internacional", a "evolução demográfica que se manifesta numa dificuldade crescente em recrutar", o "novo quadro legal e regulatório que impõe medidas e alterações" e o "diferencial no preço da energia relativamente a outros países".

Com vista à concretização do desígnio de assumir a fundição como "o paradigma da economia circular em Portugal", o plano estratégico defende iniciativas "no plano da inteligência económica, que utilizem 'meta data' e 'data analytics'", assim como a aposta na comunicação, imagem e formação, na atração e recrutamento e na melhoria das condições de produção e trabalho.

Recomenda ainda inovação, colaborações com outras associações, 'benchmarking' nacional e internacional, aprofundamento das parcerias com as universidades e centros de investigação e promoção nacional e internacional.

Segundo dados da Associação Portuguesa de Fundição (APF), a indústria automóvel tem um peso de 77% na faturação anual de 600 milhões de euros do setor de fundição, que entre 2015 e 2017 registou um crescimento de 10% no volume de negócios.

O setor é sobretudo constituído por Pequenas e Médias Empresas (PME), mas 14% são grandes empresas - percentagem que a APF diz ser "incomum noutros setores da economia nacional" - assumindo-se como "uma das indústrias nacionais com maior componente exportadora e melhor saldo da balança comercial".

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