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Autarca fala em "polémica fabricada" sobre obras da paróquia

A presidente da Câmara de Vila do Conde, Elisa Ferraz, considerou hoje que se "está a fabricar uma polémica" em torno da recusa da autarquia em apoiar financeiramente as obras de remodelação do Centro Paroquial local.

Autarca fala em "polémica fabricada" sobre obras da paróquia
Notícias ao Minuto

16:44 - 08/05/18 por Lusa

Economia Vila do Conde

A questão surgiu na última sessão da Assembleia Municipal, na qual os deputados do PS, maior força de oposição, propuseram um voto de louvor à Paróquia do São João Baptista e a concessão de um apoio financeiro para a empreitada de remodelação do edifício da Centro Paroquial Padre Porfírio Amorim, orçada em 1,5 milhões de euros.

Os socialistas consideraram que a remodelação do edifício "seria importante", destacando que no local se presta "um serviço público, uma vez que no espaço 600 crianças frequentam a catequese".

Visão diferente tem a presidente da câmara, que não entende que a obra vá servir para fins sociais e, apesar de lembrar que "o Estado é laico", está disposta a prestar um apoio apenas em termos de isenção de taxas e licenças municipais para a construção do equipamento.

"Seria uma obra de interesse social se fosse ao encontro daqueles mais necessitados ou que estejam mais fragilizados. Não é o caso. Estamos a falar de espaços adequados à catequese, uma prática religiosa", afirmou hoje Elisa Ferraz, numa conferência de imprensa promovida para o efeito.

A autarca lembrou que o projeto, que já teve apoio da autarquia com disponibilização de técnicos de engenharia e arquitetura, contempla "camaratas, suites, auditórios, que, seguindo diz o prior, serão para alugar", algo que Elisa Ferraz não vê que tenha cabimento para atribuição de "dinheiros públicos".

A presidente da câmara garantiu que o responsável da paróquia nunca lhe pediu "diretamente apoio para remodelação do edifício", estranhado que a questão tenha surgido numa Assembleia Municipal.

"Parece-me uma polémica fabricada. Porque é que uma paróquia utiliza os partidos políticos para reivindicar incentivos? Parece-me incrível que atrás de uma proposta de voto de louvor venha uma implicação de um apoio financeiro", disse Elisa Ferraz.

A autarca lembrou que, na sua vigência, já foram dados apoios a outras paróquias do concelho, para pequenas obras de requalificação, mas nunca para uma empreitada com esta dimensão e valor.

"Se houver necessidade, uma ajuda para uma requalificação de um telhando, de um altar, das paredes, nós damos esse apoio. Mas aqui estamos a falar de um pedido para um grande projeto, de 1,5 milhões de euros, em que se que pede colaboração para algo que não vemos dimensão social", partilhou.

Abel Maia, líder da bancada do PS na Assembleia Municipal, que trouxe o caso a debate, não entendeu a posição do executivo liderado por Elisa Ferraz, lembrando que "a câmara, por tradição, sempre apoiou projetos com interesse público"

"Não é caso único, a autarquia já deu, por exemplo, apoio para as obras do Centro Paroquial de Caxinas. Parece que estão a criar uma exceção à regra", disse o socialista.

Abel Maia considera que o edifício em questão "tem valor histórico e uma utilização pública" e "realmente precisa de uma intervenção".

"Na nossa proposta não dizemos para a câmara dar muito ou pouco. Claro que não seria o valor total da obra, mas devia conceder um apoio, talvez de mil, cinco mil ou dez mil euros, pois nesta situação toda a ajuda é pouca", considerou.

O líder da bancada do PS rejeitou "qualquer instrumentalização política do caso", mas considerou que Elisa Ferraz tem de explicar bem os motivos da sua posição.

"Então um partido da oposição não pode fazer uma recomendação à câmara sobre algo que consideramos que tem interesse para o concelho? O PS também é um partido laico, mas compreende a importância das instituições", concluiu Abel Maia.

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