A quase ‘mítica’ caminhada do Caldas Sport Club na Taça de Portugal terminou na quarta-feira passada, com o Desportivo das Aves a eliminar os ‘pelicanos’ por 1-3 – na junção das duas mãos.

No entanto, esta derrota não mancha o fantástico percurso da equipa na prova rainha. As eliminações de clubes como o Arouca - que na temporada passada estava na I Liga - e Académica – um clube com grande tradição no futebol nacional – apanharam Portugal de surpresa , mas com o passar do tempo, a equipa das Caldas da Rainha mostrou por que razão chegou tão longe na competição.

A união e a paixão pelo desporto rei que reina no clube foram os ingredientes chave para o sucesso da armada caldense na competição.

Todavia, mesmo eliminados, o Caldas está contente e, especialmente, orgulhoso por tudo aquilo que alcançou nos últimos meses, quem o diz é Jorge Reis, presidente do emblema preto e branco.

Em conversa com o Desporto ao Minuto, o líder máximo do Caldas não conseguiu esconder o orgulho pelo feito dos seus pupilos, mas sem nunca esquecer-se de referir a paixão que os adeptos da região demonstraram ao longo da caminhada.

"Faço um balanço positivo desta caminhada: além da subjacente receita financeira entregue pela Federação Portuguesa de Futebol, pelo facto de termos chegado às meias-finais da Taça de Portugal, conseguimos dar a conhecer ao país o que é verdadeiramente o Caldas. Mas não só, o clube conseguiu aproximar-se da cidade – o que já não acontecia há muito tempo. São ganhos que têm muita importância para nós, mas que qualquer bónus financeiro", começou por dizer, com o orgulho na voz.

"Tenho de destacar todo o apoio que recebemos ao longo do nosso percurso na Taça, por parte das pessoas do distrito, foi muito bom. Vermos a Mata cheia e com uma atmosfera fantástica foi algo único e eu tenho de agradecer por isso", não esqueceu o presidente.

Terminado o sonho, Jorge Reis guarda agora, com carinho, as memórias dos melhores momentos da sua equipa, especialmente a de duas eliminatórias.

"As eliminatórias com o Aves e Académica foram sem dúvida marcantes para mim. Na primeira mão das meias-finais, vermos 1800 adeptos a fazerem 600 km num dia de semana, com uma chuva muito grande, só para apoiar o Caldas foi… absolutamente fantástico de se ver. Na segunda mão, marcou-me o facto de termos conseguido jogar no nosso estádio e termos tido uma forte presença dos adeptos na Mata", explicou.

"Quanto à disputa da eliminatória com a Académica, marcou-me porque foi nessa altura que tive um clique de que a equipa poderia chegar longe na prova rainha, pois a Académica é um clube com muita história no futebol português e derrotá-los foi um feito", acrescentou o líder.

No final da conversa, o presidente do Caldas não quis terminar sem deixar uma mensagem de apreço à equipa de arbitragem e ao Desportivo das Aves – num ato de grande fair-play.

"Não posso terminar sem dizer estas duas coisas: tenho de destacar a excelente arbitragem de Fábio Veríssimo na meia-final e, por fim, quero dar os meus parabéns ao Desportivo das Aves pela presença na final da Taça".

A 'mágica' caminhada do Caldas pode ter terminado, mas a história irá comprometer-se de guardar esta bonita página do futebol português para sempre.