Com a crise instaurada em Alvalade, cresce a indefinição em torno do futuro do Sporting e, em especial, de Bruno de Carvalho. O cenário de eleições antecipadas é uma possibilidade cada vez mais forte e, nesse sentido, começam a ser apontados vários nomes que podem surgir como potenciais candidatos à liderança do emblema verde e branco. Um deles é Carlos Fernando Barreiros Godinho Vieira, atual vice-presidente e administrador da SAD dos leões.

Licenciado em Administração e Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa e pós graduado em Gestão e Organização Industrial pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Carlos Vieira pertenceu aos quadros de auditoria da PriceWaterhouse, entre 1996 e 1998, antes de se mudar para a Vodafone, até maio de 2002. Posteriormente, de junho de 2002 a janeiro de 2007 foi director de Contabilidade do Grupo Media Capital, altura em que acumulou funções de docente no Instituto Superior de Ciências da Administração (ISCAD), em Lisboa.

Seguiu-se uma passagem pelo Grupo Ensinus, assumindo depois o atual cargo no Sporting, 27 de março de 2013, onde integrou a lista de Bruno de Carvalho. Responsável pela área financeira, Carlos Vieira dispõe de um profundo conhecimento dos diversos dossiers do clube. Ao longo deste período em Alvalade, o dirigente desempenhou um papel fundamental na reestruturação financeira dos leões e assumiu-se como um dos elementos em quem o atual presidente do Sporting deposita maior confiança.

Com uma postura, por vezes, algo discreta, Carlos Vieira é minucioso e opta por dar o 'peito às balas' quando as circunstâncias assim obrigam. Foi sempre desta espécie de sombra que o 'vice' surgiu para defender os interesses do Sporting, principalmente no que às contas do clube diz respeito. "Não há qualquer obrigação de alienar direitos desportivos de jogadores. A reestruturação financeira foi clara. Numa primeira fase, resolver o défice de tesouraria e a reestruturação de créditos, colocando uma grande parte dos mesmos a médio e longo prazos. Numa segunda fase, em que nos encontramos, a valorização da atividade do Grupo Sporting, do património e do negócio", sublinhou, numa entrevista ao Jornal de Notícias, em junho de 2016.

Mais tarde, Carlos Vieira voltou a público para sublinhar o cumprimento económico dos leões. "O Sporting tem vindo desde o início a apresentar as contas com uma profundidade que é conhecida. Esta Direção fez pela primeira vez contas consolidadas de todo o Grupo Sporting, coisa que nem todos os clubes portugueses o fazem, principalmente os grandes. Segundo sei, só Sporting e FC Porto apresentaram contas consolidadas", anotou, em setembro do mesmo ano.

Numa das últimas aparições, o dirigente voltou a abordar a situação financeira do Sporting, revelando o balanço das contas do primeiro trimestre da época. "Não estamos pressionados para vender em janeiro. Se até ao final do ano temos de vender? Não temos mas certamente que irá ocorrer, pela valorização do plantel ", referiu, no passado mês de dezembro, numa entrevista ao canal do clube, acrescentando: "Não há nada oculto. Não há ‘mails’ nem nada disso. Há ramificações complicadas que nos são oferecidas e recusamos. Temos sido competitivos, credíveis e sérios."

Esta forte dedicação ao clube de Alvalade já valeu a Carlos Vieira a eleição de dirigente do ano, em 2014, na Gala dos Prémios Stromp, evento que distingue os notáveis do clube leonino. Para já, o vice-presidente encontra-se na China, a negociar algumas parcerias para o emblema verde e branco, e a eventual candidatura à liderança do Sporting é ainda uma incerteza.