Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
20º
MIN 15º MÁX 21º

Formação: Os 'meninos' que já vingaram na era Rui Vitória

Há três épocas, com a chegada de Rui Vitória à Luz, o Benfica mudou o seu paradigma e começou a apostar mais nos jovens formados no clube. Volvidos estes três anos, que ilações se podem tirar?

Formação: Os 'meninos' que já vingaram na era Rui Vitória
Notícias ao Minuto

07:27 - 29/03/18 por Ruben Valente

Desporto Análise

Quando vou para um clube tento inteirar-me do contexto. Tentei sempre adaptar-me ao contexto onde estava inserido”. Foram estas as palavras de Rui Vitória no fórum de treinadores realizado na passada terça-feira. E foi isso mesmo que o técnico fez quando chegou ao Benfica. Adaptou-se e implementou, de vez, um paradigma que já era desejado na Luz há algum tempo: A aposta na formação.

Foram várias as apostas de Rui Vitória. Umas correram bem, outras nem tanto. Alguns jovens saltaram para a equipa principal, servindo esta de rampa de lançamento para, depois, rumarem a palcos ainda maiores.

2015/16: O ano do grande ‘boom’

A primeira época de Rui Vitória no comando técnico dos encarnados foi onde se notou a maior aposta dos três anos. E não se pode dizer que tenha corrido mal, uma vez que no final, o Benfica sagrou-se tricampeão.

Saltaram para a equipa principal e começaram a afirmar-se Ederson, Victor Lindelöf, Nélson Semedo, Renato Sanches e Gonçalo Guedes. Todos eles, além de terem ajudado as águias a conquistar títulos, no ano seguinte traduziram-se, como já sabemos, em grandes encaixes financeiros para o Benfica.

No entanto, estes foram aqueles que Rui Vitória potenciou. Outros foram lançados, sem conseguirem a afirmação que qualquer jovem procura. Nuno Santos, agora no Rio Ave, alinhou em duas partidas, João Teixeira, cedido atualmente ao V. Setúbal, foi utilizado em seis jogos, e Clésio jogou 64 minutos na equipa principal, tendo mais tarde sido vendido ao Panetolikos da Grécia.

2016/17: A confirmação (e afirmação) das apostas

No segundo ano de Rui Vitória, as apostas já não foram tantas, porque os jovens lançados na temporada passada pegaram de ‘estaca’, como se costuma dizer. Ederson, Lindelöf, Semedo e Guedes estavam regularmente no onze escalado pelo técnico dos encarnados e foram peças importantes na conquista do tetracampeonato. De salientar que estes quatro jogadores acabaram por significar um encaixe total de 135 milhões de euros para os cofres encarnados.

Ainda assim, Rui Vitória lançou nomes como André Horta, José Gomes e Yuri Ribeiro. O primeiro, formado na Luz e resgatado ao V. Setúbal por 400 mil euros, começou a época a titular, mas acabou por perder espaço e ver Pizzi a afirmar-se na posição ‘8’.

José Gomes foi lançado numa altura em que Vitória praticamente não tinha mais avançados. O jovem atacante ainda alinhou em cinco jogos pela formação principal, mas acabou por não conseguir competir com nomes como Jonas, Mitroglou e Jiménez, e desceu novamente aos B e aos sub-19.

Por fim, Yuri Ribeiro, agora emprestado ao Rio Ave, fez dois jogos mas não convenceu Rui Vitória a dar-lhe um lugar na equipa principal.

2017/18: Novo ano, mais apostas

Na atual temporada, Rui Vitória voltou a acreditar no potencial de vários jovens da formação. A saída de Nélson Semedo, abriu uma vaga no lado direito da defesa e tanto Pedro Pereira, como Aurélio Buta tentaram conquistar o seu lugar. No entanto, sem sucesso… Acabou por ser André Almeida a ficar dono e senhor daquela posição. Pedro Pereira acabou por ser cedido ao Génova, enquanto Buta rumou à Bélgica sendo emprestado ao Royal Antwerp.

Porém, mais sucesso tiveram Bruno Varela, Rúben Dias, Diogo Gonçalves e João Carvalho. Depois de um início tremido, o guarda-redes português levou a melhor sobre Svilar e conquistou a titularidade. Neste momento é o dono das redes encarnadas. Já Rúben Dias é um dos imprescindíveis de Vitória no eixo da defesa, tendo relegado o capitão Luisão para o banco de suplentes. Já mereceu também uma chamada à Seleção Nacional, que não se cumpriu por lesão do jovem jogador. 

Quanto a Diogo Gonçalves e João Carvalho contam ambos com alguns jogos, mas continuam em busca da sua afirmação plena.

O investimento na formação levou a um... 'desinvestimento'

Com a aposta nos jovens que tem vindo a ser feita no Benfica ao longo das últimas épocas, o clube da Luz tem contratado menos e... de forma diferente.  Os valores gastos no mercado de transferências têm vindo a descer e a atual época é a maior prova disso, tal como a aposta na contratação de jogadores mais jovens tem vindo a aumentar.

Grimaldo, Zivkovic, Jovic, Franco Cervi, Rafa Silva, André Horta, Krovinovic ou Svilar são nomes mais do que suficientes para verificar a mudança de paradigma (também no mercado) que o Benfica adotou. 

Época Gastos Receitas
2012/2013 29 milhões de euros 75 milhões de euros
2013/2014 55 milhões de euros 44 milhões de euros
2014/2015 38 milhões de euros 104 milhões de euros
2015/16 28 milhões de euros 104 milhões de euros
2016/17 43 milhões de euros 121 milhões de euros
2017/18 9,35 milhões de euros 131 milhões de euros

*dados disponibilizados pelo site Transfermakt

Fazendo a análise aos gastos e receitas do Benfica no mercado, antes e depois da entrada de Rui Vitória, podemos constatar que: nos três anos anteriores foram desembolsados cerca de 122 milhões de euros, em comparação com os 80,35 gastos na 'era Vitória'.

Quanto às receitas, houve um claro aumento. Nas últimas três temporadas, as águias fizeram 356 milhões de euros em transferências, enquanto nos três anos antes da chegada de Vitória, o Benfica encaixou nos seus cofres cerca de 223 milhões.

Recomendados para si

;

Acompanhe as transmissões ao vivo da Primeira Liga, Liga Europa e Liga dos Campeões!

Obrigado por ter ativado as notificações do Desporto ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório