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'Caça à toupeira': Do 'quem é quem' às 'garantias' de Vieira

No dia 6 de março, Paulo Gonçalves e José Nogueira Silva foram detidos, na sequência da Operação E-Toupeira. Mas conhece todos os intervenientes no caso? Fique a perceber o alegado esquema montado pelo Benfica para ter acesso a informação processual confidencial.

'Caça à toupeira': Do 'quem é quem' às 'garantias' de Vieira
Notícias ao Minuto

08:00 - 13/03/18 por Andreia Brites Dias

Desporto e-Toupeira

Vouchers. Emails. Operação LexE-Toupeira. São vários os 'casos' nos quais o nome do Benfica surge envolvido, nos últimos meses. Mas, afinal, no que consiste este 'caso' e esta investigação que fez dois detidos e três arguidos no processo? Quem é quem e que papel lhe pertence? Ora vejamos. 

Janeiro de 2018 'brindou' o Benfica e Luís Filipe Vieira com uma nova diligência policial, a Operação Lex. Quando parecia que a 'poeira' estava a assentar, eis que o mês de março trouxe a operação e-Toupeira. No entanto, teremos de 'puxar' a cassete ainda mais atrás.

Tudo começou em setembro de 2017. A Polícia Judiciária teve suspeitas, após um telefonema anónimo, sobre a possibilidade de  o Benfica contar com um 'infiltrado' no sistema judicial, através do qual obtinha informações confidenciais sobre processos onde o clube estaria envolvido, tal como Sporting e FC Porto. 

Um telefonema que abriu a 'caça à toupeira'. Cerca de seis meses depois, no dia 6 de março, Paulo Gonçalves foi detido, juntamente com o técnico informático José Nogueira Silva. Se o assessor jurídico do Benfica foi detido por suspeita de corrupção ativa, Nogueira Silva foi apontado como a 'toupeira' que, alegadamente, acederia a ficheiros processuais de forma ilegal e os enviaria ao Benfica, a troco de recompensas (corrupção passiva). Para além das duas detenções e das buscas no Estádio da Luz, foram ainda constituídos três arguidos - Júlio Loureiro, Óscar Cruz e um oficial de justiça. 

É certo que Paulo Gonçalves, depois de se ter remetido ao silêncio durante o interrogatório da Polícia Judiciária, saiu em liberdade no dia seguinte (7 de março), ficando apenas impedido de contactar os restantes arguidos. Porém, não se passou o mesmo com José Nogueira Silva que ficou em prisão preventiva. 

Quem é quem?

Paulo Gonçalves: Assessor jurídico do Benfica. Advogado e um dos braços direitos de Luís Filipe Vieira chegou ao Benfica há cerca de dez anos, depois de ter passado por clubes como FC Porto e Boavista. 

José Nogueira Silva: A toupeira. Oficial de justiça que, alegadamente, presta serviços informáticos nos tribunais de Fafe e Guimarães. Nogueira Silva foi ainda, durante alguns anos, responsável pela direção de uma escola do Benfica em Fafe. 

Júlio Loureiro:  Ex-observador e oficial de justiça em Guimarães. Loureiro foi observador no duelo entre Sp. Braga e Benfica, que 'ditou' a descida do árbitro Marco Ferreira, em 2015 - que alegadamente terá prejudicado o clube encarnado. O antigo observador aplicou uma nota de 2.0 que se revelou decisiva na descida de categoria do ex-juiz. 

Óscar Cruz: Empresário. O filho do ex-vice presidente do FC Porto é ligado a Paulo Gonçalves como intermediário de contactos. 

Oficial de justiça: Sem ser conhecida a sua identidade, este oficial de justiça ligado aos tribunais de Fafe e Guimarães terá, também, colaborado no esquema relacionado com a obtenção de informações processuais confidenciais.  

Entre comunicados até ao discurso de Vieira

Pela segunda vez em três meses (Operação Lex e E-Toupeira), o Estádio da Luz voltava a ser alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária, no dia da detenção de Paulo Gonçalves. Nesse mesmo dia (6 de março), o clube encarnado reagiu através de dois comunicados.

No primeiro, manifestou "confiança e convicção de que o Dr. Paulo Gonçalves terá oportunidade, no âmbito do processo judicial, de provar a legalidade dos seus procedimentos", mostrando ainda total disponibilidade para colaborar com a justiça. 

No segundo comunicado, o Benfica desmentiu a troca de favores familiares a Júlio Loureiro, tal como a imprensa nacional dava conta. "O Benfica esclarece que é falsa a informação veiculada por alguns órgãos de comunicação social de que Fernando Rocha, sobrinho de um funcionário judicial, teria sido contratado pelo Benfica e trabalharia no Museu Benfica Cosme Damião."

Depois dos comunicados, o esclarecimento final chegou no último sábado (10 de março), após a vitória do Benfica diante do Desportivo de Aves, por 2-0. No rescaldo, Luís Filipe Vieira dirigiu-se até à sala de imprensa para falar, pela primeira vez, sobre o tema. 

O presidente dos encarnados garantiu que, naquele momento, tinha acabado "a paródia que tem sido instalada neste país à conta do Benfica", aproveitando ainda para esclarecer que o clube iria "agir criminalmente" contra "quem ponha em causa o nome do Benfica".

"A partir deste momento, tudo e quem quer que seja que ponha em causa o nome do Sport Lisboa e Benfica iremos agir criminalmente, seja quem for, seja contra administradores, seja contra jornalistas ou contra a marca de quem quer que seja, não iremos perdoar a ninguém. Acabou a paródia que tem sido instalada neste país à conta do Benfica. Venderam-se muitos jornais, tiveram muitas audiências, mas, meus amigos, a partir de segunda-feira iremos ter um gabinete de crise montado para responder a todos estes ataques, seja de onde eles vieram. É inconcebível o que fizeram à marca Benfica e aos benfiquistas, definitivamente, unam-se à volta do Benfica e aqueles que estão a fazer o jogo dos nossos adversários tenham vergonha! No dia certo, alguns deles nós iremos desmascará-los. O Benfica é de todos nós e num momento de crise todos temos que estar juntos. Não é o Luís Filipe, nem o Paulo nem o Joaquim! É o Benfica!"

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