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Salvador Agra: Do amor pelo Aves à felicidade no regresso a Espanha

Em entrevista ao Desporto ao Minuto, o extremo português de 26 anos revela-se feliz por ter chegado ao Granada e só pensa na subida de divisão. Sobre o Benfica, Salvador garante que lutará por uma oportunidade mas diz que agora é tempo de pensar, apenas e somente, no emblema espanhol.

Salvador Agra: Do amor pelo Aves à felicidade no regresso a Espanha
Notícias ao Minuto

08:00 - 23/02/18 por Francisco Amaral Santos

Desporto Exclusivo

Salvador Agra acredita que pode chegar mais longe. Com trabalho, dedicação e persistência, o extremo português de 26 anos espera agora ajudar os espanhóis do Granada a alcançarem um lugar que garante o acesso ao principal campeonato de nuestros hermanos. 

Em entrevista ao Desporto ao Minuto, Agra faz um balanço positivo da mudança para Espanha, país no qual já tinha jogado, fala do amor que nutre pelo Aves e de todo o percurso que fez até agora. 

Também a transferência do Nacional para o Benfica foi tema de conversa, com Salvador a garantir que ainda espera ter uma oportunidade no clube da Luz. 

Por falar em oportunidades, também a seleção nacional é um objetivo para este português que, recorde-se, foi um dos escolhidos para representar o conjunto luso nos passados Jogos Olímpicos de 2016, que aconteceram no Rio Janeiro. 

Primeiro que tudo, que balanço faz desta aventura no Granada? 

As coisas estão a correr bem. Estou muito contente por estar num grande clube que tem um projeto ambicioso. O objetivo passa por subirmos à primeira liga. Foi isso que me levou a vir para cá.

O que sentiu na estreia pelo novo clube? 

Foram sensações muito boas. Senti-me bem. Nestes dois jogos, entrei bem. Agora é continuar a treinar e a jogar ao meu melhor nível para ficar cada vez mais forte.

Como surgiu o convite do Granada?  

Quando acabou a época passada já tinha o Granada interessado, mas depois acabou por não dar em nada. A meio desta temporada, voltaram a perguntar por mim ao meu empresário e a coisa acabou por acontecer. Quero dar uma palavra ao Aves. Já o fiz, mas quero repeti-lo. Gostava de agradecer tudo o que fizeram por mim, por tornarem as coisas fáceis e entenderem que a minha decisão passava por regressar a Espanha para fazer melhor do que quando cá estive.

Passou por Espanha há algumas épocas, na altura para alinhar pelo Betis. Isso também pesou na decisão de aceitar um novo projeto?

Já tinha passado por cá, mas na primeira liga. Nunca tinha jogado na segunda, mas as informações que recolhi é que se tratava de um campeonato muito forte e competitivo. Estamos a falar de um clube como o Granada, que é muito conhecido e que é de primeira liga. Já tinha jogado contra eles, quando passei pelo Betis, e já tinha uma noção de como o clube era. Isso pesou um bocadinho na minha decisão.

Notícias ao Minuto[Salvador Agra na apresentação oficial como reforço do Granada.]© Reprodução Site Granada CF

Que realidade encontrou no Granada? 

Encontrei aqui uma motivação muito boa. O objetivo é subir de divisão, estamos a lutar por isso, as coisas têm corrido bastante bem ultimamente. Vimos de três vitórias consecutivas, estamos a um ponto da subida direta, mas sabemos que este campeonato é muito competitivo e que vai ser assim até ao fim. Aqui já vimos vários exemplos de que as equipas que estão mais abaixo na tabela podem ganhar àquelas que estão mais em cima. Ou seja, isto aqui é jogo a jogo. Não há jogos fáceis.

E que diferenças consegue encontrar entre o futebol português e o espanhol? 

Quando fui para o Betis consegui logo perceber as diferenças. São campeonatos – tanto no primeiro escalão como no segundo – com muita exigência e com um ritmo muito elevado. Os jogos disputam-se até ao fim. Ainda esta semana estivemos a perder até aos 80 minutos, e depois demos a volta ao marcador e o jogo ficou 2-1. São jogos que se decidem nos pormenores. Quem cometer menos erros é quem tem mais possibilidades de ganhar.

Há pouco falou no Aves. Custou-lhe sair ainda com a permanência na I Liga por garantir? 

Sim, custou. No pouco tempo que estive no Aves fiz muitas amizades e ganhei um amor muito especial pelo clube e pelas pessoas que lá estão. Foram muito importantes para mim e acolheram-me muito bem. Antes de sair dei uma palavra aos meus colegas, não pessoalmente porque não deu tempo – foi tudo muito rápido e também era dia de folga no Aves –, deixando uma mensagem no nosso grupo [redes sociais] a agradecer tudo aquilo que tinham feito por mim e pela força que me deram naqueles cinco meses. Quando assim é, só lhes desejo aquilo que me desejam a mim, que é a maior sorte do mundo e que conseguiam atingir os objetivos e que no final espero estar com eles no Jamor a festejar [o Aves está na meia-final da Taça de Portugal]. 

Notícias ao Minuto[Salvador Agra apontou três golos em 22 jogos ao serviço do Aves. ]© Global Imagens

No verão mudou-se do Nacional para o Benfica. No entanto, não ficou nos encarnados e foi emprestado. Como tudo aconteceu? 

Foi um bocado complicado. No primeiro ano em que estive no Nacional poderia ter saído, mas as coisas não aconteceram. Depois no segundo ano veio à calha o Benfica, que estava interessado em que eu fosse para lá. Mas sabia que não iria ser fácil entrar no plantel logo assim porque há imensos jogadores com grande qualidade. Foi bom para mim estar associado e ainda ser jogador do Benfica. É um clube com uma dimensão enorme, um clube que todos os jogadores gostam e sonham. 

Mas não gostava de ter tido uma oportunidade? Ou de, no futuro, ter uma chance na Luz? 

Sim, gostava de ter uma oportunidade. Todos os jogadores gostavam de ter uma oportunidade num grande clube do nosso país. Neste caso, o meu é o Benfica. Lutarei por isso, mas neste momento estou focado no Granada e estou muito feliz aqui, porque isto é um clube enorme e em tão pouco tempo já me sinto em casa. Sinto-me muito motivado.

Notícias ao Minuto[Salvador Agra no momento em que assinou contrato com o Benfica.]© Facebook Team of Future

O Salvador tem um percurso interessante. Passou por diversos clubes portugueses mas também soma uma passagem pelos italianos do Siena. Que memórias guarda desse período? 

Foi uma experiência boa e em que deu para aprender muita coisa. Tanto a nível pessoal como profissional. Tinha uma idade completamente diferente daquela que tenho agora, tinha ideias completamente diferentes daquelas que tenho agora. Acho que agora estou mais maduro, o que é normal. A idade passa e aprendemos muita coisa. Mas não estou arrependido do trajeto que tenho vindo a fazer. Sempre fui eu a tomar as decisões e quando assim é muito mais fácil, porque se algo corresse mal era minha responsabilidade.

Sente que já conseguiu atingir o topo de forma durante estas últimas épocas? 

Já tive muitos bons momentos. No Olhanense, por exemplo, fiz meia época e fui logo comprado pelo Betis. É uma coisa que ficará na minha cabeça. Foi tudo muito rápido, não esperava que as coisas acontecessem logo assim. Tinha vindo da II Liga, onde representava o Varzim, e em meia época já estava associado a uma equipa da primeira liga espanhola. Depois quando lá cheguei, sentia-me bem. Era tudo novo, estava fora do meu país, da minha família, mas tinha lá companheiros que me ajudaram a integrar rápido no grupo e também a conhecer o clube. Nos primeiros jogos joguei sempre, depois as decisões do míster fizeram com que não estivesse a jogar tanto como jogava antes e depois tomei a decisão de querer jogar mais e ir para Itália e experimentar outro campeonato. E depois acabei por ir para o Sp. Braga e penso que me correu bem. Principalmente, no segundo ano que foi quando tive mais oportunidades. Participei numa final da Taça de Portugal, algo que nunca tinha vivido e só foi mau o resultado. Mas foi uma experiência que qualquer jogador gosta de viver.

Notícias ao Minuto[Salvador Agra na final da Taça de Portugal entre Sporting e Sp. Braga em 2015.]© Global Imagens

Depois segue-se o Nacional... 

Quando acabei o contrato com o Betis, chegámos a um acordo e fui para o Nacional e fiquei na I Liga. E no primeiro ano fiz a melhor época a nível individual até agora, com 13 golos e 12 assistências. Foi aí que surgiram umas propostas, mas depois acabou por não acontecer nada e fiquei mais um ano.

Em 2016 esteve presente nos Jogos Olímpicos de Rio de Janeiro. Como correu essa experiência? 

Foi uma experiência muito boa. Foi espetacular. Não há palavras para descrever os Jogos Olímpicos. As pessoas achavam que não íamos lá fazer nada de extraordinário, e acabamos por dar outra reposta e, mais uma vez, ficou à vista de toda a gente que o jogador português tem bastante qualidade.

Foi também a prova de que há vários jogadores portugueses com valor para representar a seleção? 

Sim, eu acho que o jogador português tem muita qualidade. O selecionador nacional Fernando Santos sabe disso. Mas existe aquele lote de jogadores que também são muito fortes. Os jogadores gostam de ter oportunidades, mas temos que trabalhar muito para isso porque a concorrência é muito forte. Resta-nos lutar todos os dias e esperar que possa aparecer um realizar de um sonho que era ir à seleção nacional.

Para si, foi também a realização da parte de um sonho? Falando em termos de seleção principal... 

Fiz várias camadas jovens da seleção. Ser chamado à selecão nacional seria a cereja no topo do bolo. Sei que é difícil, mas vou lutar para que surja uma oportunidade de ir lá mostrar o meu valor, também para conhecer e estar com os campeões europeus.

Mantém o sonho de ser chamado por Fernando Santos? 

Mantenho essa ambição. Tenho a noção de que a concorrência é muito forte, mas um jogador tem de ser ambicioso e tem de sonhar. Pode ser que um dia chegue essa oportunidade…. 

A nível pessoal, como está a correr a adaptação à realidade espanhola? 

São etapas diferentes. No primeiro ano que vim para Espanha tinha 21 anos e vim sozinho, mas, agora, como já tinha aqui passado, estou mais maduro e estou acompanhado pela minha mulher e pelo meu filho. É completamente diferente. Isto torna as coisas mais fáceis. E adaptação foi mais facilitada porque já tinha aqui passado. A língua também sei falar bem, não tanto como eles (risos) mas consigo comunicar bem. Estou a gostar mesmo muito de estar cá.

Essa estabilidade emocional ajuda ao sucesso na componente desportiva? 

Sem dúvida. Já passei pelas duas fases e esta é, sem dúvida, a melhor, porque ter o carinho deles é muito bom. São pessoas que me vão apoiar nos bons e maus momentos. Ter a força deles sempre que chego a casa é muito bom. Também não consigo estar longe dos meus pais e eles sempre me acompanham desde que comecei a jogar futebol. Vêm sempre ter comigo para onde quer que eu vá.

E o futuro, já tem planos? 

Acredito que temos que viver dia a dia. O futuro chega por ele próprio. É trabalhar o máximo e só assim é que se vão alcançar os objetivos. Sou um jogador ambicioso e que quer chegar ao topo.

Por último, quais os desejos para 2018?

Que eu consiga ajudar o Granada a subir de divisão e que tenha muita felicidade. Eu, a minha família e todas as pessoas que gostam de mim. É isso que eu desejo: felicidade e muito sucesso.

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