Salvio esteve mais de 500 dias afastado por lesão. Fim à vista?
O Desporto ao Minuto esteve à conversa com um especialista de Medicina Desportiva que abordou as lesões de Salvio, alvo de quatro intervenções cirúrgicas ao joelho direito. Recuperação a 100 por cento não está garantida, sublinhou o Dr. Valério Rosa.
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Desporto Benfica
Toto Salvio é, indubitavelmente, um dos jogadores mais influentes do plantel encarnado. Se a opinião sobre um atleta, por vezes, pode ser subjetiva, há números indesmentíveis. Desde a época 2013/2014, temporada em que voltou a estar de águia ao peito, o extremo argentino já realizou 231 encontros, contabilizando 54 golos e 48 assistências.
Mas um dos mais belos ‘artistas’ da Luz tem um calcanhar de Aquiles, neste caso um ‘joelho de Aquiles’. Parece não ter fim o calvário clínico de Eduardo Salvio, que esta segunda-feira foi submetido a uma quarta intervenção cirúrgica, todas com um denominador comum… o joelho direito.
Desta feita, o argentino realizou uma atroscopia de limpeza: “A artroscopia é sequela das cirurgias anteriores, que deixaram o joelho com algumas cicatrizes, algumas fibroses e limitações, portanto quando há uma agudização das membranas envolventes da articulação há a necessidade desta intervenção”, explicou o Dr. Valério Rosa, especialista em Medicina Desportiva, em declarações ao Desporto ao Minuto.
“Quando se decide por uma intervenção cirúrgica significa que já foram testadas outras soluções anteriormente, e é mesmo necessário recorrer a este método. Existem outros métodos mais conservadores que passam pelo fortalecimento muscular, pela fisioterapia, ou seja tratamentos anti-inflamatórios. Se não houve cura absoluta da lesão é necessário recorrer à cirurgia”, reconheceu o Dr. Valério Rosa que desvaloriza o fato de Salvio se ter submetido à segunda artroscopia no mesmo local, afinal acaba por ser necessário retirar a “pedra que está no sapato”.
“Não é questão se a primeira foi bem ou mal feita. Alguma cicatriz, alguma fibrose, algum corpo livre pode obrigar a essa limpeza da articulação, limitando a função do joelho. Não é o número das intervenções que determina o insucesso ou a debilidade do jogador, é a recuperação funcional que conta a partir de agora. Uma artroscopia de limpeza é para melhorar certos pormenores que estão a atrapalhar, uma pedra no sapato que está ali a doer”, realçou o especialista em Medicina Desportiva que deixou uma ressalva importante.
“O jogador estará mais fragilizado, mas se a recuperação e a capacidade de resistir aos tratamentos for a desejada será possível recuperar o atleta, mas isso depende de vários fatores, em termos funcionais e de recuperação muscular do atleta. Se ele vai recuperar a 100 por cento? Ninguém pode garantir isso”.
O jogador vai ficar parado entre “quatro a seis semanas, no mínimo”, só estando previsto o regresso no final de março, após falhar um ciclo de seis jogos. Seis jogos a que se juntam outros 81. Ou seja em 313 jogos, Salvio só foi escolha possível em 74% das ocasiões. E se somarmos os dias de ausência por lesão, o argentino já contabiliza 523. Até parece mentira, todavia se o leitor verificar através do historial de lesões (no quadro abaixo) vai concluir que o joelho direito de Salvio é um problema sem fim à vista.
Época | Lesão | Dias | Jogos perdidos |
2017/2018 | Lesão no joelho | (10 dias) | (1) |
2017/2018 | Entorse do tornozelo | 7 | 2 |
2017/2018 | Lesão no joelho | 17 | 1 |
2016/2017 | Entorse do tornozelo | 6 | 1 |
2016/2017 | Lesão desconhecida | 7 | 1 |
2016/2017 | Lesão no ombro | 23 | 5 |
2014/2015 | Lesão no joelho | 261 | 34 |
2014/2015 | Luxação | 9 | 2 |
2013/2014 | Braço fraturado | 10 | 3 |
2013/2014 | Lesão no joelho | 173 | 32 |
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