Depois de mais um desaire que confirmou uma época para esquecer do Benfica na Liga dos Campeões, o Benfica regressou ao campeonato com uma vitória por 3-1 sobre o Estoril.

A águia lambeu as feridas com receita prescrita por Salvio, Krovinovic e Jonas, uma espécie de cura-ressacas que está quase sempre pronto para ajudar quando é preciso.

Entrada autoritária sem continuidade

Frente ao ‘lanterna vermelha’ do campeonato, o Benfica entrou decidido em assinar um pacto de redenção com os adeptos e, na teoria, o cliente não poderia ser melhor: o ‘lanterna vermelha’ do campeonato chegava à Luz com uma sequência de dez derrotas para a Liga e sem qualquer golo apontado nos últimos dois meses e meio.

Ainda antes dos 20 minutos, o conjunto de Rui Vitória já vencia por 2-0. Por essa altura, os golos de Salvio (13’) e de Jonas (18’) pareciam desenhar o princípio de mais uma noite de descalabro para uma equipa que pagava caro pelo atrevimento demonstrado pelas linhas demasiado subidas e pela incapacidade em controlar as transições rápidas do Benfica.

Não aconteceu. Por mérito da estabilização estorilista – que tem futebol para mais do que o último lugar que ocupa - e do ritmo mais baixo implementado pelos encarnados, que permitiu que os visitantes acreditassem que era possíveis reentrar na discussão do jogo.

Quando Kléber, nos instantes finais da primeira parte, apareceu entre Luisão e Jardel para desviar de cabeça para o 2-1, o Estoril já tinha mostrado sinais de atrevimento, muito às custas de Lucas Evangelista, importantíssimo em quase todas as boas ações ofensivas dos visitantes.

O golo do Estoril, o primeiro desde o longínquo dia 17 de setembro, devolveu confiança à equipa da Linha, que subiu de rendimento e arrancou para um jogo competente e incómodo para os encarnados.

Reação estorilista travada por Krovinovic

No regresso do balneários, as asas de Varela salvaram a águia após remate de Evangelista. A prova de que o Benfica ainda é um paciente convalescente e incapaz de gerir jogos de forma autoritária voltar a ser evidente, mas Krovinovic tranquilizou as bancadas à passagem da hora de jogo e concluiu da melhor forma uma triangulação com Cervi.

Até final, nota ainda para um golo anulado pelo videoárbitro a Kléber por mão na bola. Manteve-se a distância de segurança que acalmou os batimentos cardíacos de uma Luz ainda a precisar de estabilidade.

Momento do jogo: Depois de um início de jogo erróneo, o Estoril conseguiu estabilizar e reduzir por Kléber nos instantes finais da primeira parte. Krovinovic, talvez o jogador mais competente do Benfica quando joga em ataque organizado, ampliou para 3-1 aos 60 minutos e pôr termo à boa reação canarinha.

Onze do Benfica: Bruno Varela; André Almeida, Luisão, Jardel e Grimaldo; Fejsa, Krovinovic, Pizzi; Salvio, Jonas e Cervi.

Onze do Estoril: Moreira; Fernando, Halliche, Pedro Monteiro e Joel Ferreira; Allano, Evangelista, Kyriakou e André Claro; Kléber e Aylton.