O Sporting assumiu a liderança, à condição, do campeonato depois de vencer o Belenenses por 1-0. O golo da vitória foi apontado por Bas Dost, aos 13 minutos, através da conversão de uma grande penalidade.

O coração bateu mais depressa, mesmo antes da bola começar a rolar

Alvalade quis celebrar a Restauração da Independência, conseguida a 1 de dezembro de 1640, entoando o Hino Nacional no anfiteatro leonino. Gargantas afinadas para ‘A Portuguesa’ e, logo de seguida, para ‘O Mundo Sabe que’, e aqui o Sporting decidiu fazer diferente.

À semelhança dos jogos anteriores, a canção adaptada de Frank Sinatra, foi mais uma a vez a ‘entrada de leão’ para novo confronto. Mas, a curiosidade, esteve no facto da letra da música aparecer, igualmente, em linguagem gestual nos ecrãs gigantes de Alvalade.

As surpresas não ficaram por aqui e a juntar à ‘paródia’ vocal, os jogadores verde-e-brancos decidiram associar-se a mais uma causa, e entrar em campo com os nomes das camisolas em braile.

Primeiros 45 minutos a duas velocidades

Relativamente ao onze que alinhou em Paços de Ferreira, Jorge Jesus surpreendeu Alvalade ao deixar de fora Rodrigo Battaglia e a colocar em campo Daniel Podence. O ‘rato atómico’ esteve endiabrado e na primeira parte foi um dos maiores ‘carrascos’ da defesa do Belenenses.

Aos dois minutos, Bas Dost, de cabeça, esteve muito perto de inaugurar o marcador. Foi a primeira fotografia de um encontro, em que ficou logo patente a hegemonia do Sporting. A maior qualidade dos jogadores do Sporting, que Domingos Paciência abordou em conferência de imprensa, fez-se notar. E, aos 12 minutos, Daniel Podence, caiu na grande área do Belenenses. Nuno Almeida foi peremptório, assinalou para a marca da grande penalidade, e Bas Dost converteu o castigo máximo, assinalando o décimo golo na Liga Portuguesa.

O Belenenses não conseguia libertar-se do ‘sufoco’ e só aos 20 minutos, através de um livre perigoso de André Sousa, conseguiu assustar Rui Patrício, fazendo a bola rasar a quina direita da baliza à guarda do guardião leonino. Um pequeno ‘oásis’ na maior toada leonina, que aos 23 minutos, esteve perto de se transformar em novo golo: M. Acuña controlou a bola já no interior da grande área e disparou um ‘míssil’ por cima da baliza.

Mas, assustadoramente, a temperatura do jogo diminuiu, rivalizando com o frio que se fazia sentir em Lisboa. Os leões a perderem dinâmica e o jogo a tornar-se cada vez mais lento. Uma lentidão que o Belenenses não aproveitou, acomodando-se ao compasso verde e branco. Os adeptos saíram da primeira parte a olhar com desconfiança para o resultado, mas sobretudo para a exibição.

A segunda parte começou a papel químico do final da primeira

Os assobios tímidos, antes do intervalo, subiram de tom no início da etapa complementar. O ‘Tribunal de Alvalade’ não gostava do que via e os 46 881 réus manifestavam o seu desagrado. Domingos Paciência também quis despertar a sua equipa e decidiu mudar logo no recomeço da segunda parte, saindo Bouba Saré, um dos mais apagados da etapa inicial, para a entrada do avançado Maurides.

Pedia-se uma reação ao ‘gelo’ de Alvalade, mas apenas a formação da Cruz de Cristo tentou espevitar o encontro. Jorge Jesus não gostava do que via e, aos 60 minutos, retirou Podence para a entrada de Battaglia. Logo, no minuto de seguinte, o primeiro ‘abanão’ da segunda parte com Bruno Fernandes a ganhar a bola a Nuno Tomás, que fintou em zona proibida, seguiu para a baliza mas o remate saiu fraco devido à interferência de Gonçalo Silva, e a bola foi parar tranquilamente às mãos de Muriel Becker. Pouco depois, o treinador voltou a mudar, colocando o regressado Bryan Ruiz em campo, para a saída de Acuña.

Apesar das alterações, o Sporting estava uma equipa pesada, sendo William Carvalho e Bas Dost os homens mais irreverentes no ataque à baliza dos azuis. Aos 86 minutos, Alvalade ia explodindo, com o costa-riquenho Bryan Ruiz perto do segundo golo. O tento dos leões foi evitado por Nuno Tomás, em cima da linha.  Até ao ‘soar do gongo’, o Sporting conseguiu segurar a vantagem mínima, assumindo, desde já, a liderança do campeonato, esperando para ver o que fazem os seus rivais diretos no grande clássico. 

Momento do jogo

O minuto 13 foi de felicidade para o Sporting e de loucura absoluta em Alvalade. O golo que desatou a igualdade foi apontado por Bas Dost, na transformação de uma grande penalidade, após Daniel Podence ter sido derrubado na grande área do Belenenses.