Sem grande brilhantismo, Portugal venceu a Andorra por 2-0, no penúltimo jogo da fase de qualificação para o Mundial 2018. Num jogo sem grandes ‘condições’ quanto ao piso, a equipa das quinas utilizou o seu melhor trunfo – Cristiano Ronaldo – para chegar ao Estádio da Luz pronta para 'arrumar' a Suíça e carimbar a passagem para a Rússia.

Nem a 'relva' ajudou...

"O sintético dificultou o jogo mas não podia ser uma desculpa", disse Nélson Semedo, já com a vitória no bolso.

As condições apresentadas em Andorra foram de torcer o nariz. Até para os mais crentes. Mas a verdade é esta: A seleção europeia campeã em título tinha de ser superior às condições e vencer, caso quisesse chegar ao Estádio da Luz ainda 'em jogo' para enfrentar a Suíça. E foi o que aconteceu, depois de alguma insistência.

O campo sintético não era a única coisa com a qual Fernando Santos tinha de se preocupar. Bem pelo contrário. Para a  'meia-final' - podemos assim dizer – com Andorra, o técnico português tinha seis jogadores 'à bica', e Cristiano Ronaldo estava na lista. Até aqui tudo 'mais ou menos'. O problema é que depois de Andorra, vem a Suíça, e era necessário estar preparado para todos os cenários.

Em conferência de imprensa de antevisão ao encontro, depois de ter sido confrontado com a questão, Fernando Santos não quis revelar se Cristiano Ronaldo faria parte do onze titular ou não, mas acabou mesmo por ser esse o caminho a seguir: amarelado e sem ter treinado a 100% durante a semana, o treinador optou por poupar o capitão e sentou-o no banco. Mas por pouco tempo. Ou metade do tempo.

Com uma primeira parte vazia de ideias, com dificuldades em chegar à área adversária – até porque a Andorra estacionou o autocarro à porta e 'sentou-se' à espera de Portugal - a baliza parecia estar cada vez mais longe. Com uma estratégia defensiva bem montada aliada a um guarda-redes em dia 'sim', era necessário agir, enquanto a Suíça goleava a Hungria…

Capitão iluminou o caminho

Não havia muito a inventar. O intervalo trouxe outra atitude, ou como quem diz, trouxe Cristiano Ronaldo… E golos. O jogador do Real Madrid entrou para a saída de Gelson Martins – que não teve o melhor rendimento no primeiro tempo – e aos 61 minutos o 1-0 estava feito. Já perto do apito final, foi André Silva a carimbar o 2-0, também com CR7 na jogada.

"Se alguém estivesse a pensar na Suíça, ninguém tinha vindo a Andorra", disse Fernando Santos, ainda sem a vitória no bolso.

Verdade seja dita. O selecionador nacional teve algumas ‘pinças’ na forma como geriu o jogo, tendo em conta os seis atletas condicionados por cartões amarelos e, mesmo recorrendo ao ‘joker’, o assunto ficou arrumado, por enquanto…

Há que referir que a equipa sofreu algumas alterações, mas Portugal não fez um jogo brilhante e, pela frente, estará uma Suíça que tem mais três pontos (27 pontos na classificação geral, frente aos 24 pontos nacionais) e que tem mostrado que não quer perder o bilhete direto para a Rússia.

Nesse sentido, a equipa das quinas terá de chegar ao Estádio da Luz focada no objetivo principal – a qualificação direta – de forma a trair o conjunto helvético e ‘roubar’ a vantagem. Até porque, igualando os pontos, Portugal tem como trunfo, não só Cristiano Ronaldo, mas também a diferença de golos. 

Os dados estatísticos do duelo entre Andorra e Portugal mostram que, mesmo com um registo mais baixo do que o habitual, a equipa das quinas procurou o resultado e foi superior em praticamente todos os momentos do jogo. 

Andorra	vs	Portugal
24%	Posse de bola	76%
20	Bolas recuperadas	20
1	Cantos	5
0	Foras-de-jogo	1
4/0	Cartões amarelos/vermelhos	0/0
23	Faltas	9