Não se pode dizer, propriamente, que este Benfica vai de mal a pior. Mas dizer que, depois da goleada sofrida na Suíça, apresentar uma tão fraca resposta diante do Marítimo está longe daquilo que se exige ao tetracampeão nacional, não andará longe da verdade.

O golo de Jonas, logo aos dois minutos de jogo, deu a entender que de lá viria uma exibição de gala, à imagem do que sucedeu com o Paços de Ferreira. Mas a equipa de Rui Vitória não convenceu e, aos 65 minutos, viu Ricardo Valente dar-lhe um… valente soco no estômago, especialmente após o empate entre Sporting e FC Porto.

Magia de Jonas valeu a Benfica (novamente) apagado

Ainda que tenha entrado a vencer, o Benfica esteve longe de convencer na Madeira. Frente a um Marítimo defensivamente seguro, os encarnados tiveram sérias dificuldades em ligar o jogo a partir da defesa, muito por causa de um Pizzi que esteve bastantes furos abaixo daquilo que já chegou a mostrar.

Assoberbado pelo domínio insular no meio-campo, o clube da Luz limitou-se, várias vezes, a fazer a bola chegar à frente através de ‘chutões’ dos defesas centrais, que, com maior ou menos dificuldade, foram anulados pela equipa de Daniel Ramos.

Numa tão fraca exibição, valeu, claro, a magia de Jonas. Logo aos dois minutos, o avançado pegou na bola, fletiu para dentro e, com um grande remate à entrada da área, colocou a bola no fundo das redes à guarda de Charles.

Um grande momento de futebol que foi, sem dúvida, o melhor de toda a primeira parte. Mas não foi só ofensivamente que o Benfica deixou a desejar. Na retaguarda, chegou a ser preocupante a facilidade com que Ricardo Valente, Edgar Costa e Rodrigo Pinho colocavam a bola na grande área.

Valeu, ao conjunto orientado por Rui Vitória, a falta de critério do Marítimo em zonas mais adiantadas, com recurso a muitos – e maus – cruzamentos, que sempre acabavam nas mãos de Júlio César.

Águia voou ligeiramente mais alto… mas não o suficiente

Na segunda parte, o Benfica apareceu ligeiramente melhor em campo, muito graças a Salvio, que, após o intervalo, regressou irreconhecível, sendo o principal responsável por empurrar a equipa para a frente com iniciativas individuais.

Mas nem por isso o Marítimo se amedrontou. Aos 58 minutos, Rodrigo Pinho, com um grande remate, obrigou Júlio César a aplicar-se. Uma ameaça que se concretizou sete minutos depois, quando Bebeto, com um cruzamento de régua e esquadro, colocou a bola na cabeça de Ricardo Valente, que atirou para o golo.

Até final, ainda houve tempo para Everton desperdiçar uma clara ocasião de golo, mas a reviravolta insular acabou por não se concretizar. Com este empate, o Benfica permanece no terceiro lugar, agora com 17 pontos, menos três do que o Sporting e menos cinco do que o FC Porto.

Quanto ao Marítimo, equipa-sensação neste início de época, recupera o quarto lugar, momentaneamente perdido para o Sporting de Braga, que goleou o Estoril por 6-0.

Momento do jogo: Não foi só o melhor momento do jogo. Será, com certeza, concordado como um dos melhores da temporada. Apenas se contavam dois minutos de jogo quando Jonas, com um grande remate, abriu o marcador no Caldeirão. Poderia ter sido um ‘empurrão’ para uma exibição conseguida, mas o Benfica voltou a mostrar uma versão pálida de si mesmo.

'Onze' do Benfica: Júlio César; André Almeida, Jardel, Luisão, Grimaldo; Fejsa, Pizzi, Franco Cervi, Salvio; Jonas e Raúl Jiménez.

'Onze' do Marítimo: Charles; Bebeto, Drausio, Pablo, Fábio China; Gamboa, Jean Cléber, Fábio Pacheco; Rodrigo Pinho, Edgar Costa e Valente.