Meteorologia

  • 17 ABRIL 2024
Tempo
28º
MIN 14º MÁX 28º

Luís Gomes: 'Guinada' ao futebol pelos altos e baixos da Volta a Portugal

Aos 23 anos, Luís Gomes registou a sua primeira presença na prova-rainha do ciclismo nacional. Para trás, deixa o desporto que "toda a gente" seguia e até apela a que outros sigam o exemplo, até porque, "no ciclismo, não se vive assim tão mal".

Luís Gomes: 'Guinada' ao futebol pelos altos e baixos da Volta a Portugal
Notícias ao Minuto

08:02 - 15/09/17 por Luís Moreira c/ Carlos Pereira Fernandes

Desporto Entrevista

Numa altura em que o ciclismo está a evoluir a olhos vistos em Portugal, com grande ajuda dos recentes êxitos de Rui Costa (mas não só) nas principais competições da modalidade, começam a surgir jovens que ambicionam singrar no desporto de duas rodas e abrir caminho a mais conquistas lusitanas.

Um destes jovens que começa a despoletar no ciclismo é Luís Gomes, de apenas 23 anos. Participou este ano, pela primeira vez, na Volta a Portugal, tendo terminado na 14.ª posição da classificação geral.

Em entrevista ao Desporto Ao Minuto, o jovem ciclista revelou que o seu amor pela modalidade começou em tenra idade, muito por culpa da sua família, mas também porque era um desporto desconhecido e isso despertou-lhe a atenção.

"Tinha familiares ciclistas e comecei a ganhar amor pelo ciclismo quando tinha sete anos, dei por mim a fazer com os primos e nunca mais consegui parar. Toda a gente vai para a via do futebol e assim, mas eu vi que havia poucas pessoas com a ambição de fazer carreira no ciclismo e eu acabei por me interessar muito esse desporto", esclareceu o jovem.

No entanto, o ciclismo era apenas um hobbie mas as pessoas à sua volta levaram Luís a repensar os seus sonhos e ambições. "Tudo começou como uma espécie de atividade extracurricular, mas com o tempo os meus treinadores disseram-me que, se levasse o ciclismo a sério, poderia chegar longe. Esse tipo de conselhos passaram a ser a minha própria ambição para ultrapassar os obstáculos existentes neste desporto".

Com os "bons resultados nas camadas jovens", Luís Gomes começou a marcar presença na Volta a Portugal sub-23, onde a vitória foi a palavra de ordem e permitiu que o jovem ciclista começasse a chamar a atenção no ciclismo nacional.

Perante a rápida ascensão, tornou-se iminente a sua presença na prova rainha em território nacional, a Volta a Portugal, que junta os melhores ciclistas a nível nacional e europeu. Um grande desafio para Luís, que obrigou a uma preparação extraordinária.

"Para me preparar para a Volta a Portugal estive a estagiar 20 dias na Serra da Estrela. Os últimos meses de preparação foram de grande sacrifício, não só em termos físicos mas também na alimentação. O meu dia-a-dia começava por tomar um pequeno de almoço reforçado, depois treinava cerca de 4 a 5 horas e acabava por ter de descansar o resto do dia, porque os treinos eram bastante duros. A minha vida era comer, treinar e descansar", explicou o jovem.

Mesmo com o intenso estágio de preparação para a prova rainha, o ciclista notou grandes diferenças entre as competições sub-23 e a Volta a Portugal: "Quando fiz a transição da Volta a Portugal sub-23 para a principal, notei uma grande diferença na intensidade. Eu com 23 anos corro com ciclistas de 20 e muitos ou 30, com muita experiência nisto. Para além disso, o nervosismo de ser a minha primeira Volta também não ajudou".

Mas a intensidade não foi o maior 'adamastor' de Luís Gomes na principal prova nacional. A complicada subida da Serra da Estrela foi o verdadeiro desafio para o ciclista de 23 anos.

"Subir a Serra não é fácil, mas penso que todas as etapas são complicadas e isso deve-se ao grande calor que se faz sentir em agosto. No entanto, tenho de assumir que a subida à Serra da Estrela foi muito complicado, foram 30 kms sempre a subir", desabafou.

Depois das suas aventuras e desventuras na Volta a Portugal, questionamos Luís Gomes sobre as dificuldades monetárias que um ciclista atravessa ao longo da sua carreira, no qual o próprio foi bastante imperativo na sua resposta... afirmando que tudo não passa de um "mito".

"No ciclismo não se vive assim tão mal, penso que essa ideia é um pouco mito. Claro que se houvesse mais patrocínios, seria uma grande ajuda, mas isto não é como o futebol em que todos recebemos milhões", salientou.

Em última instância, o jovem quis deixar-nos uma mensagem de esperança e ambição sobre o ciclismo português.

"Penso que o ciclista português poderá crescer nos próximos anos. Temos cada vez mais ciclistas a serem exportados para o estrangeiro, com selo de qualidade. Os clubes estrangeiros veem qualidade em nós", afirmou.

Recomendados para si

;

Acompanhe as transmissões ao vivo da Primeira Liga, Liga Europa e Liga dos Campeões!

Obrigado por ter ativado as notificações do Desporto ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório