O dérbi de Lisboa visto à lupa dos especialistas do Football Manager
O Desporto ao Minuto convidou esta semana os responsáveis do Football Manager a fazer uma breve antevisão do grande jogo deste fim-de-semana. Benfica ou Sporting, quem sairá vencedor deste encontro? Quem serão os protagonistas e armas secretas dos técnicos de águias e leões? As respostas chegam dentro de instantes pela mão de Luís Gens, Chief Scout do maior videojogo de estratégia de futebol.
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Desporto Análise
Benfica e Sporting defrontam-se este domingo em partida referente à 13ª jornada da I Liga. O jogo será disputado no estádio da Luz e, dependendo do resultado, poderá dar azo a mudanças no topo da tabela classificativa.
Um teste de fogo para águias e leões, uma vez que os resultados negativos na Liga dos Campeões, com o afastamento europeu da equipa de Jorge Jesus e com a segunda derrota consecutiva de Rui Vitória, deixaram alguma desconfiança nos adeptos para com as suas equipas.
Comecemos pela caminhada de cada um dos clubes:
O campeão em título, Benfica, chega a este embate no pior momento de uma época que até prometia ser mais fácil do que se esperava.
Apesar de um empate logo na 2ª jornada em casa contra o Vitória FC, as águias não mais perderam pontos até à ida ao Dragão, na 10ª ronda, onde conseguiram um lisonjeiro resultado que lhes permitiu sair de sorriso na cara. Na seguinte deslocação fora de portas, desta vez na Madeira, frente ao Marítimo, Rui Vitória foi surpreendido e acabou derrotado por 2-1.
Seguiu-se nova derrota, desta vez para a Liga dos Campeões, na recepção ao Nápoles, por igual resultado.
Em quatro dias, o Benfica somou mais derrotas que no resto da temporada e corre o risco, caso perca contra o Sporting, de ver escapar-lhe a liderança da prova, depois de já ter liderado com 7 pontos de avanço sobre os seus arqui-rivais.
Por seu turno, o Sporting apostou forte no mercado de Verão, na tentativa de vingar a perda do título da época passada, mas as provas europeias quase que se tornaram fatais para as aspirações leoninas.
O desgaste desses jogos levou à perda de pontos em jogos teoricamente fáceis, e chegou ao ponto de deixar a equipa a 7 pontos da liderança, na posse do Benfica. No entanto, uma sucessão de 3 vitórias e a perda de pontos das águias, colocou-os a depender apenas de si para recuperar a liderança do campeonato, no campo do rival.
A derrota frente ao Légia, e a consequente precoce eliminação das competições europeias, pode ter pouca influência no estado anímico da equipa.
E os treinadores e modelos táticos, o que contam?
Rui Vitória
O treinador encarnado, continua com enormes dificuldades em jogos contra equipas tecnicamente evoluídas, optando sempre por dar iniciativa de jogo ao adversário e, à partir daí, explorar, em transições rápidas, qualquer erro contrário.
A verdade é que o saldo em jogos deste calibre continua francamente negativo, e mesmo com a vitória em Alvalade, fulcral para o título da época passada, pode agradecer um pouco à sorte ou azar leoninos.
Modelo de jogo (imagem 1)
O Benfica de Vitória, está habituado a ter bastante volume de jogo, e pode ressentir-se uma vez mais se não conseguir ter as 'rédeas' da partida.
Para evitar perder a iniciativa, o avançado móvel, geralmente Guedes, terá de prestar auxilio constante a Pizzi e Fejsa, sem descurar as suas funções ofensivas. Salvio e Cervi também terão de dar a necessária cobertura defensiva aquando das continuas subidas dos laterais, especialmente Semedo, já que Grimaldo continua lesionado, e André Almeida não é de pendor atacante tão marcado.
Pizzi, que teima em não aparecer em jogos deste calibre, terá aqui a sua oportunidade de mostrar que também está presente nestes momentos, mas prevê-se que as suas tarefas defensivas exijam bastante esforço, algo que poderá prejudicar na tomada de decisão ofensiva.
Jorge Jesus
Com ele no banco de suplentes não há quem tenha melhor conhecimento táctico em Portugal, e em dérbis da Segunda Circular é ele quem reina (13 vitórias em 17 disputados).
Vive e respira futebol, e conhece o Benfica (e os seus jogadores) como ninguém, nem sequer tentou disfarçar a euforia deste encontro contra a sua ex-equipa.
A oportunidade de vingar a perda de 7 pontos de vantagem, recuperar a liderança e, consequentemente, catapultar a sua equipa para o título,, é suficiente ingrediente para o fazer sonhar com a partida.
Modelo tático (imagem 2)
As equipas de Jesus, neste caso o Sporting, são conhecidas pela imediata e agressiva pressão ao portador de bola contrário, sufocando as tentativas de sair em ataque organizado dos seus oponentes, culminando com a perda de bola e o devolver de iniciativa aos leões.
Todos os jogadores participam, começando logo pelos elementos atacantes, a pressionar os defesas contrários. Adrien, com a sua capacidade de sacrifico e agressividade no ataque à bola, é personagem fundamental para o sistema.
Bruno César, num crescente momento de forma, também poderá ser fundamental, não só pela sua facilidade de chegada a zonas de finalização, mas também pela sua mais-valia nas bolas paradas, sobretudo devido ao seu potente remate.
Por último, o goleador Bas Dost, de certeza será requisitado várias vezes pelo ar, explorando assim as debilidades de Lindelof nesse capitulo do seu jogo.
Peças-chave para o encontro. Quem 'tem' de dar nas vistas
Benfica: Fejsa
O medio sérvio, que finalmente começa a ganhar a admiração que há muito merece, pode não ser um goleador ou um tecnicista, mas é o balão de oxigénio encarnado.
Posicionalmente irrepreensível, como ele há poucos a recuperar bolas. Ultimamente, e fruto da crescente confiança em si mesmo, participa mais nos momentos de organização ofensiva da equipa (ainda longe de ser um Matic), através da sua frieza em posse e escolha de linha de passe, o que consequentemente faz dele um dos jogadores com melhores percentagens de passes concluídos com sucesso.
Quando não joga, a equipa ressente-se e treme defensivamente.
Sporting: Gelson
O irrequieto repentista leonino poderá ser a figura-chave deste encontro. Apanhará pela frente um André Almeida que ainda se encontra com baixos níveis de concentração e posicionamento, longe do que mostrou na época transacta, e isso poderá dar azo a continuas investidas pelo flanco direito sportinguista, explorando a velocidade do jovem extremo para colocar bolas nas costas do lateral benfiquista. Também com notórias melhorias ao nível dos cruzamentos, Gelson, poderá ser o municiador perfeito para o aríete Holandês, Bas Dost.
Wild Card - As armas que estão no banco:
Benfica: Rafa
Apesar de Jonas já se encontrar fora do boletim clínico, e a treinar com o restante plantel, a natureza agressiva/competitiva dos dérbis faz com que seja um jogo muito arriscado para fazer o brasileiro regressar à atividade.
Por outro lado, Rafa, que tem vindo gradualmente a ganhar mais tempo de utilização, pode ser surpresa no onze de Rui Vitória, quer como segundo avançado, quer no flanco.
Gonçalo Guedes e Salvio, são os jogadores candidatos à saída, por terem características similares (verticalidade), sendo que o português tem a vantagem de oferecer um inesgotável pulmão, bastante útil na primeira fase de pressão sobre o adversário.
Por outro lado, Rafa pode oferecer virtuosismo técnico que nenhum dos dois consegue presentear e, aliado à sua capacidade de mudança de velocidade, pode fazer estragos na defensiva contrária.
Sporting: Joel Campbell
Do Sporting não se esperam grandes novidades no onze, a arma secreta poderá, sim, aparecer do banco de suplentes, caso seja preciso alterar o rumo dos acontecimentos e, para tal, Joel Campbell poderá ser a escolha óbvia.
Dotado tecnicamente, o costa-riquenho precisa de algum espaço para mostrar as suas valências, mas tem mostrado serviço quando chamado, e os três golos em pouco mais de 350 minutos são prova disso. A sua capacidade técnica também poderá ser bastante útil para conseguir ganhar faltas em zonas perigosas do terreno.
Simulação: Quem ganha o frente-a-frente?
- Jogo de extrema eficácia do Sporting, a concretizar em golos dois dos seus 4 remates enquadrados, mas que quem suspirou de alivio no final foram os adeptos encarnados, graças ao golo tardio de Jiménez.
- Esquemas tácticos habituais, sem novidades no onze relativamente aos últimos jogos de cada equipa, sendo que a maior novidade é mesmo Jonas estar presente no banco para ser utilizado, caso necessário.
- No final, apenas os amantes da modalidade saíram contentes, devido ao festival de golos, total de quatro, dois para cada lado.
- Golos de Mitroglou, Bas Dost, Rúben Semedo e Jiménez. Mas ainda nota para a entrada de Jonas nos minutos finais.
Conclusão: Com o empate, continuou tudo igual na tabela classificativa, mas, na realidade, também se prevê que seja um jogo bastante equilibrado, mas dificilmente se marcarão quatro golos. Esperemos que seja, acima de tudo, um grande espetáculo e que dignifique o futebol português.
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