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Bola de Ouro: O voo de Patrício, contra tudo e contra todos

Guarda-redes português corre por fora no troféu que distingue o melhor jogador do Mundo. Mas, afinal, quais são as suas reais possibilidades?

Bola de Ouro: O voo de Patrício, contra tudo e contra todos
Notícias ao Minuto

08:30 - 27/10/16 por Carlos Pereira Fernandes

Desporto Análise

Foi há quase dez anos – mais exatamente, há nove anos, 11 meses e 11 dias – que Paulo Bento se viu obrigado a tomar uma decisão que se acabaria por ter marcas profundas no futebol português.

Sem Ricardo, nem Tiago (ambos lesionados) para defender a baliza do Sporting nos Barreiros, o treinador lançou em campo um ‘menino’ de apenas 18 anos, que dava pelo nome de Rui Patrício.

O português feito para voar na Europa

O jovem de Mazarres teve uma estreia de sonho. Defendeu uma grande penalidade a 15 minutos do fim e permitiu aos ‘leões’ sair do reduto do Marítimo com os três pontos, graças a um golo de Rodrigo Tello.

Rui Patrício voltaria depois a cair em esquecimento durante sensivelmente um ano.

No final dessa época, Ricardo saiu para o Bétis e o Sporting contratou Vladimir Stojkovic para o render… Sem sucesso.

Logo ao terceiro jogo, o excêntrico sérvio comprometeu. Agarrou uma bola atrasada por Anderson Polga e, numa decisão que fez correr muita tinta, Pedro Proença assinalou livre indireto. Raúl Meireles não vacilou e fez o 1-0 final.

Lançou-se, então, a luta na baliza do Sporting, com Patrício a espreitar uma oportunidade, que viria a surgir à 11ª jornada. Tiago não correspondeu e, entre brasas, o guarda-redes agarrou-a com unhas e dentes. Estávamos a 24 de novembro de 2007 e o jovem de Mazarres não mais deixaria o posto.

Daí para a frente, o resto é uma história que ganhou os seus contornos mais trágicos no maldito 1-7 de Munique e no 2-5 de Alvalade, frente ao Barcelona. Pelo meio, uma tímida concorrência com Timo Hildebrand, do qual apenas saiu ainda mais forte.

Em 2009, com o Sporting a perder por 0-1 frente ao Twente e em sério risco de falhar o apuramento para a Liga dos Campeões, Rui Patrício subiu à área e marcou o golo que salvou o dia. Em 2012, dessa feita na Liga Europa, foi novamente herói nos instantes finais, ao defender o cabeceamento de Joe Hart que permitiu aos ‘leões’ eliminar o Manchester City.

O maior feito estaria, no entanto, reservado para 2016.

O guarda-redes português, feito para voar na Europa, defendeu bola, atrás de bola, jogo após jogo. Voou no Euro’2016 e segurou uma muralha que tantas vezes ameaçou ceder. Até que Éder, o rosto mais visível da histórica conquista, deu a Portugal o golo da vitória sobre França.

As exibições de Rui Patrício foram esquecidas por muitos, mas não pela UEFA, que, esta segunda-feira, o incluiu entre os 30 nomeados para a Bola de Ouro. O português, feito para voar na Europa, compete, aos 28 anos, pelo título de melhor jogador do mundo. É, a par de Buffon, Lloris e Neuer, um dos quatro melhores guarda-redes da Europa.

Contra a história e contra as ‘odds’

É verdade que não se adivinha uma tarefa fácil conquistar este troféu, onde se destacam os crónicos nomes de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi. Ainda para mais, numa corrida que costuma ser tudo menos simpática para guarda-redes. Lev Yashin foi o único guardião a vencê-la, em 1963. Desde então, apenas outros quatro chegaram aos três finalistas: Dino Zoff (1973), Oliver Kahn (2001 e 2002), Gianluigi Buffon (2006) e Manuel Neuer (2014).

As casas de apostas também parecem não acreditar que o jogador do Sporting possa sair vencedor. A britânica Betfair, por exemplo, considera que apenas Jamie Vardy tem menos probabilidades (201.00). Rui Patrício entra na casa dos 101.00, juntamente com Sergio Ramos, Zlatan Ibrahimovic, Luka Modric, Arturo Vidal, Diego Godin, Sergio Aguero, Robert Lewandowski, Koke, Thomas Muller, Riyad Mahrez e Manuel Neuer.

Resta, então, a Rui Patrício alimentar esperanças de chegar ao pódio com as sondagens. Na sondagem levada a cabo pela Eurosport, o internacional português é líder isolado. O espanhol Mundo Deportivo coloca-o em terceiro, apenas atrás de Messi e Ronaldo. Já na Marca, ficou-se pelo quarto lugar.

Numa carreira construída a pulso, contra tudo e contra todos, tanto no Sporting, como na seleção portuguesa, Rui Patrício tenta, agora, o voo da sua carreira, na Europa. Todas as dúvidas serão tiradas a 11 de janeiro de 2017, data para a qual está marcada a tão esperada gala da Bola de Ouro.

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