POUPANÇA NO MINUTO
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"Houve um Sporting-Benfica em que não recebi uma caixa, recebi duas"
Ex-árbitro confirmou receção dos 'vouchers', tal como acontecia nos jogos de Sporting e FC Porto, mas garante que nunca terá sido pressionado a favorecer nenhuma equipa. Não obstante, apoia investigação para que tudo fique claro.
© Global Imagens
Desporto Marco Ferreira
Marco Ferreira, ex-árbitro de futebol, negou que tenha sido instigado a favorecer algum clube em troca de 'prendas' e apoia a existência de uma investigação para que tudo fique esclarecido.
“Mais nenhum colega passou aquilo que eu passei, porque foi num Sporting-Benfica em que estava alerta vermelho e o jogo foi adiado para segunda-feira. Eu não recebi uma caixa, recebi duas caixas. Tiveram a amabilidade de me oferecer como ofereciam a todos os jogadores e delegados da Liga uma caixa com a camisola do Eusébio com os tais 'vouchers' e na segunda-feira recebi outra caixa. Até disse à pessoa que me ofereceu, uma figura carismática do Benfica e do futebol português, ‘já me entregaram no domingo’ e ele disse que não havia problema. Depois nunca mais dirigi jogos do Benfica, mas sabia que era recorrente nos jogos do Benfica. Mas acontecia em qualquer estádio, inclusive no do Sporting ou do FC Porto”, afirmou, durante o programa Prolongamento, da TVI24.
“Olhei sempre com absoluta normalidade. Seu eu achasse que havia alguma situação que não era digna, não aceitaria e denunciaria o caso ao Conselho de Arbitragem. Antigamente o Benfica colocava sempre uma lembrança no balneário e depois do Apito Dourado, deixaram de o fazer. Depois voltaram a dar uma lembrança, mas via aquilo como uma homenagem ao Eusébio, que é uma figura mítica do futebol e que está muito acima das suspeitas que estão a ser levantadas”, acrescentou.
O juiz apoia as investigações que decorrem para que tudo fique esclarecido: “Acho que deve ser investigado para que a verdade venha ao de cima, se o Benfica não tem nada a esconder e os árbitros também não, acho que a investigação peca por tardia”, disse, garantindo que nenhum árbitro usou as refeições a que os vouchers davam direito.
“Nunca usei, inclusive havia colegas que nunca se aperceberam que havia um jantar dentro daqueles 'vouchers'. Nunca tive o prazer de ir ao Museu da Cerveja e os meus colegas pensavam que apenas diziam respeito a uma visita aos museus”, atirou, garantindo que nunca foi instigado a influenciar.
“Nunca ninguém do Benfica nem de clube nenhum em Portugal me pediu seja o que for em troca de uma oferta ou de um presente. É impensável que os árbitros se deixem influenciar pelos dirigentes. Nenhum dos dirigentes de Benfica, Sporting ou FC Porto me pediu algum favor em troca”, concluiu.
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