Análise: Sporting voltou a complicar as contas da corrida pelo título, deixando-se empatar, este sábado, frente ao Tondela.
Num jogo que foi dominado, nos aspetos estatísticos, pelos ‘leões’, à equipa de Jorge Jesus pareceram faltar dinâmicas para sacudir o encontro.
Depois de uma entrada forte, os ‘verde e brancos’ demonstraram, por várias vezes, que não tinha a mestria necessária para bater a fortaleza montada por Petit.
Com Gelson muito ativo no ataque, foi notória, e notada, a ausência de Adrien, mas não só. O capitão ‘verde e branco’, a recuperar de lesão, continua a deixar descalço o meio-campo do Sporting, que, com Elias, demonstra dificuldades para ser acutilante.
Por outro lado, a inclusão de André ao lado de Bas Dost, continua a ser, na nossa análise, motivo de desconfiança. O brasileiro ainda não demonstrou as qualidades necessárias para ser titular – talvez lhe faltem rotinas – e o holandês parece ainda distante de fazer esquecer Slimani, que partiu para o Leicester.
Bas Dost começou a bom ritmo, dando o melhor seguimento às solicitações dos seus colegas, mas falta-lhe aquela voracidade que caracterizava Slimani.
O argelino corria, trabalhava e batalhava de forma única e o plantel ‘verde e branco’ ainda não conseguiu assimilar a perda ‘do membro’, sentindo ainda as dores por algo que já lá não está.
Mas vamos à análise estatística.
Ter bola não é sinónimo de marcar golos. ‘Leão’ ainda procura matador
O Sporting terminou a partida frente à equipa de Petit com mais de 70% de posse de bola. Os ‘leões’ tiveram o domínio da partida, mas, aos 70 minutos, era notório o balanceamento da equipa no ataque, deixando espaços abertos para serem explorados pela velocidade da frente atacante adversária.
Foi isso mesmo que terá transmitido Petit aos seus jogadores e o golo surgiu momentos depois, após jogada rápida na direita, com Murillo, atleta emprestado pelo Benfica, a vingar-se da elevada exposição atacante dos ‘verde e brancos’.
Apesar de tanto tempo de posse, o Sporting apenas gastou 25% desse tempo em ataque no último terço, mais 5% que o seu adversário.
Em termos de tentativas de golo, há que salientar que ambas as equipas tiveram cinco, igualdade que se registou também nos remates enquadrados com a baliza (2 para cada lado).
Em tudo o resto, os ‘leões’ tiveram também superioridade, mas, se há coisa que se podem queixar, é da pontinha de sorte e também de mestria e arte.
Relembre-se que esta temporada, para a posição de Slimani, chegaram Bas Dost, Castaignos e André, sendo que apenas o holandês conseguiu conquistar lugar cativo no ataque.
Luta pela liderança fica adiada e volta o pesadelo europeus
Na conferência de imprensa de lançamento deste encontro, Jorge Jesus foi confrontado pelos jornalistas com o facto de a sua equipa ainda não ter vencido depois de um encontro europeu – empate com o Vitória Guimarães e derrota com o Rio Ave.
O trauma da Liga Milionária parece ainda não estar ultrapassado e, depois da derrota frente ao Dortmund, o ‘leão’ voltou a escorregar.
Numa partida em que era claramente favorito, pelo diferencial teórico entre as duas equipas, os ‘verde e brancos’ deixaram fugir os três pontos, ficando, à condição, a dois do FC Porto, que venceu o seu encontro, e do Benfica que joga esta noite.
Sporting | vs | Tondela |
71% | Posse de bola | 29% |
25% | Ataque perigoso | 20% |
43% | Ataque | 42% |
32% | Bola Segura | 38% |
5 | Tentativas de golo | 5 |
2 | Remates à baliza | 2 |
4 | Cantos | 2 |
26 | Livres diretos | 18 |
2 | Fora de jogo | 1 |
4/0 | Cartões amarelos/vermelhos | 2/0 |
16 | Faltas | 25 |