'Dragão' teve asas mas saltou o precipício para aprender a voar
FC Porto sofreu a bom sofrer, chegou a pensar ter perdido um jogo que parecia fácil no plano teórico, mas acabou por vencer merecidamente tendo em conta o que produziu dentro do relvado.
© Getty Images
Desporto Análise
O FC Porto levava na mala para Brugge o favoritismo de uma equipa com maior experiência na Liga dos Campeões e a obrigação de vencer para entrar na corrida por um lugar nos ‘oitavos’ de final da prova.
Contudo, o futebol é parco em surpresas e o favoritismo dos portistas converteu-se em dúvida e muito sofrimento. Os ‘dragões’ entraram algo adormecidos e até deslumbrados com a teórica maior valia da sua equipa e acabaram por ter de arregaçar as mangas para arrancar uma vitória tardia.
A estatística mostra um conjunto ‘azul e branco’ mais forte, mas no relvado a história foi bastante diferente com uma equipa algo inconsequente, lenta e até perdida em alguns momentos.
Os portistas dominaram nas tentativas de golo, assim como nos remates à baliza ou até mesmo nos pontapés de canto e nos livres diretos.
Em contrapartida, um inspirado Butelle foi segurando uma vantagem belga conseguida aos 12 minutos. A contribuir para a incerteza no resultado estive ainda a maior agressividade do conjunto belga, bem montado e confortável no jogo.
Numa conclusão fácil de perceber, os portistas foram muitas vezes à fonte, mas no cântaro parecia não partir, até que André Silva – Já depois de Layún ter empatado na reta final do segundo tempo – carimbar a vitória nos descontos.
O FC Porto foi sempre mais forte e arriscou-se mesmo a cair no precipício, leia-se, desgraça para posteriormente se reerguer e carimbar uma vitória muito sofrida. Esta foi a prova que apesar de haver uma estratégia montada no papel, há o jogo jogado no relvado e lá é que as coisas se desenrolam e decidem.
Os portistas dominaram o jogo - salvo o periclitar inicial - mas nunca conseguiram traduzir esse domínio em golos. Falhou o último passe e maior capacidade para servir um André Silva que muitas vezes pareceu 'ensanduichado' por uma defesa prática e um meio-campo muito recuado.
Os remates de fora da área foram sempre a solução de recurso de uma equipa que não conseguia quebrar a muralha belga. Daí se explica o grande número de remates, que foram muitas vezes a última solução, pouco enquadrados, e acabaram por ser em desespero.
Club Brugge | VS | FC Porto |
40% | Posse de bola | 60% |
18% | Ataque perigoso | 26% |
40% | Ataque | 42% |
43% | Bola segura | 32% |
6 | Tentativas de golo | 15 |
5 | Remates à baliza | 8 |
1 | Remates fora | 7 |
3 | Cantos | 8 |
12 | Livres diretos | 17 |
2/0 | Cartões amarelos/vermelhos | 1/0 |
13 | Faltas | 10 |
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