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Adeus, 'Velho Capitão': Coloriu o futebol, agora deixa o país de luto

Os grandes líderes também desaparecem. Esta bem pode ser uma das frases que mais se ouvirá nas próximas horas quando o tema de conversa for Mário Wilson. O antigo jogador e treinador morreu ontem aos 86 anos, vítima de degradação do seu estado de saúde, decorrente de uma pneumonia sofrida em fevereiro.

Adeus, 'Velho Capitão': Coloriu o futebol, agora deixa o país de luto
Notícias ao Minuto

08:46 - 04/10/16 por Paulo Jorge Rocha

Desporto Óbito

Aterrou em Portugal proveniente do Desportivo de Lourenço Marques para jogar no Sporting, onde teve a missão de fazer esquecer Fernando Peyroteo, um dos Cinco Violinos. Fez muito mais do que isso. Não só não fez esquecer Peyroteo como escreveu as linhas de uma história memorável com o seu próprio nome.

Em Alvalade, entre 1949 e 1951, o defesa sagrou-se campeão nacional (na segunda temporada) e melhor marcador do Sporting na I Liga logo na época de estreia (23 golos). Melhor só mesmo o benfiquista Julinho (28). Do verde e branco, passou depois para a ‘capa’ negra da Académica, emblema onde ganhou maior notoriedade e o qual guiou, já como treinador, a um histórico 2.º lugar no campeonato e atingiu a final da Taça de Portugal. Corria a época 1966/67 e ficou a apenas três pontos do Benfica.

Completou 317 jogos (38 deles em Alvalade) e 54 golos como jogador e 687 jogos como treinador, prova da sua notável capacidade para liderar.

Dentro de campo liderava, fora dele fez 'estudantes' parecerem doutores

Foram 13 anos de um ‘estudante’ que tinha a lição bem estudada e era mestre na arte que se encerra dentro das quatro linhas. Foi aí que ganhou a alcunha de ‘Velho Capitão’, que lhe foi dada pelo mítico Cândido de Oliveira, de quem viria a ser adjunto, lembra A Bola. A sua primeira experiência como treinador foi em Coimbra e durou cinco anos (1964 e 1969).

Após passagens por Belenenses, Tirsense e V. Guimarães, chegou ao Estádio da Luz, onde nasceu uma história de amor, admiração e respeito. Amealhou o campeonato em 1975/76 e aí nasceu uma frase que fez capaz de jornais e ainda ecoa na cabeça dos mais saudosos: “Quem treina o Benfica arrisca-se a ser campeão!”.

Em 1978, passou a ser o timoneiro de todos os portugueses, quando assumiu os destinos da Seleção nacional. Acabou por falhar o apuramento para o Euro’80 e deu-se o inevitável regresso ao Estádio da Luz para ocupar o lugar de John Mortimore. Ficou em 3.º lugar e, a partir daqui, a sua carreira sofreu um declínio.

Académico, Estoril, Boavista, Cova da Piedade, Louletano, Torreense, Olhanense, Águeda e, em 1993, já com 64 anos, o FAR Rabat, a sua única experiência no estrangeiro (Marrocos). Na década de 90 voltaria a vestir o fato de treino das ‘águias’ para ocupar o lugar de Artur Jorge no comando técnico do Benfica, tal como em 1998/99, para substituir Manuel José.

Agora, a 14 dias de completar 87 anos, desapareceu, deixando o futebol mais pobre e o mundo do desporto mais triste. Serve de consolo recordar o homem que sempre encarou a vida com um jovial sorriso. Paz à sua alma, Velho Capitão!

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