Análise: Nápoles e Benfica não defraudaram as expetativas dos adeptos e, esta quarta-feira, protagonizaram uma grande partida de futebol no San Paolo, casa dos italianos. Carrillo no apoio a Guedes e Júlio César na baliza foram as grandes novidades.

Num encontro entre aquelas que são apontadas como as melhores equipas do grupo, o jogo começou a um ritmo infernal – fazendo jus ao grande ambiente que se vivia na casa ‘azzurri’ - com parada e resposta de ambas as equipas.

O jogo estava vivo e o Benfica foi tendo sempre mais posse de bola, fruto da sua vontade de assumir as rédeas da partida desde o apito inicial, mas o ‘ADN’ napolitano também contribui para isso. A formação de Sarri procura dar a iniciativa de jogo ao adversário e sair em lances rápidos e venenosos, algo que o Benfica nunca conseguiu impedir.

Durante os primeiros 20’, o Benfica dominou a partida, com circulação de bola rápida e constantes variações de flanco. Os Nápoles ia permitindo cruzamentos, mas no centro da defesa nem a lesão de Albiol numa fase precoce da partida, tirou segurança ao centro da defesa.

Quando os transalpinos subiam ao ataque, normalmente pelas laterais e também por intermédios de centros para Milik. Hamsik, nas costas do avançado, era o ‘senhor perigo’ recebendo a bola vindo de trás e criando muito perigo.

O golo do eslovaco, na sequência de um pontapé de canto, abriu o marcador, inclinando uma partida que estava equilibrada e obrigando o Benfica a partir para o ataque. Até ao intervalo, o Benfica parece ter sentido o golo e acabou por perder clarividência e imaginação.

A segunda parte começa com uma ‘águia’ mais ‘mandona’, a circular a bola e com vontade de repor alguma justiça no encontro e tentar uma reviravolta no resultado. Contudo, os transalpinos não se desmontavam, mantinham-se compactos e a reação do Benfica não passou de uma tentativa.

O Nápoles quis acabar com as dúvidas de uma vez por todas e Mertens chegou-se à frente, fazendo o segundo e o quarto para o conjunto da casa. Pelo meio, Milik ainda converteu uma grande penalidade a castigar uma falta de Júlio César.

À partida para os 20’ finais, Gonçalo Guedes aproveitou o espaço concedido pelos centrais, entrou na área, contornou Reina e reduziu a desvantagem com muita classe. Apesar do resultado ainda ser pesado, os ‘encarnados’ ganharam nova esperança para a reta final da partida.

O coração não chegou para os minutos finais e, já sem grande controlo emocional, o melhor que se viu foi um tento de Salvio, que mostrou que o jogo ainda não estava entregue e voltou a faturar a quatro minutos do fim, tirando proveito de alguma descompressão napolitana.

Nota ainda para o facto de José Gomes se ter estreado na liga milionária, tendo somado os primeiros minutos da partida. 

O Benfica continua a somar um ponto e é terceiro classificado do grupo B, atrás de Besiktas (4 pontos) e o Nápoles (6 pontos). O Dínamo Kiev é último com duas derrotas em outras tantas jornadas.

Momento do Jogo:

O primeiro tento do Nápoles foi definitivamente o momento que ditou o rumo do resto da partida. Hamsik foi o autor, num desvio inteligente (e muito trabalhado) ao primeiro poste. Até aqui, verificava-se um equilíbrio de forças, com ambas as equipas a procurar o golo. Contudo, os homens de Rui Vitória sentiram o golo, recuaram e deixaram de controlar a partida como até aí.