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"Jesus é como Guardiola. Se tiver boas opções faz um bom trabalho"

Avançado do Légia de Varsóvia deixa rasgados elogios ao técnico do Sporting, com quem trabalhou no Sporting de Braga.

"Jesus é como Guardiola. Se tiver boas opções faz um bom trabalho"
Notícias ao Minuto

10:00 - 27/09/16 por Carlos Pereira Fernandes

Desporto Guilherme

Guilherme joga no Légia de Varsóvia e irá reencontrar, esta terça-feira, Jorge Jesus, técnico que bem conhece do Sporting de Braga. Em jeito de antevisão ao encontro com o Sporting, para a segunda jornada do Grupo F da Liga dos Campeões, o avançado brasileiro recorda, em entrevista ao Desporto ao Minuto, as “duras” que o treinador ‘leonino’ lhe dava, mas fala também de um possível regresso a Portugal.

“Jorge Jesus foi um treinador com quem aprendi bastante”

Que recordações guarda de Portugal?

Saí do Brasil muito novo e passei seis anos no Sporting de Braga. Guardo excelentes recordações. Foi lá que cresci como jogador e como homem. Tenho que agradecer ao clube tudo o que me deu, mas a saída foi num momento importante. Vi que a minha carreira estava a ficar um pouco parada. Já tinha jogado na primeira equipa e fiz uma boa época pelo Gil Vicente, mas estava na equipa B. Sonhava com coisas maiores e acredito que a decisão de vir para o Légia foi muito acertada. Aqui, jogo sempre. Disputei competições europeias, tenho quatro títulos nacionais… Estou muito feliz aqui.

Depois da época no Gil Vicente, esperava ter sido mais utilizado no Sporting de Braga?

Esperamos sempre, mas subi à equipa principal num ano em que era muito complicado ter sequência. A equipa vivia aqueles momentos de grandes glórias, com Jesus, Domingos, Leonardo Jardim. Além disso era uma equipa muito experiente, que não tinha muito espaço para jovens. Tinha Vandinho, Hugo Viana, Custódio, Alan, Lima, Salino, Mossoró… Eram jogadores de muita qualidade. Tinha esperança de jogar mais, mas tudo acontece porque tem de acontecer. Se hoje estou aqui a jogar a Liga dos Campeões pelo Légia, foi porque aprendi no Sporting de Braga.

Essa evolução do Sporting de Braga é mérito de António Salvador?

O presidente tem uma parte importante no sucesso. Quando ele pegou no Sporting de Braga o clube já era excelente, mas não era a potência que é hoje. Fez, e faz, muito pelo clube. Construiu uma base muito forte e foi o que fez a diferença para chegar à final da Liga Europa e lutar pelo campeonato.

Houve algum treinador que o tenha marcado mais?

Jorge Jesus foi um treinador com quem aprendi bastante, embora na altura ainda fosse júnior. Deu-me a oportunidade de treinar com a primeira equipa. Domingos Paciência foi o treinador que me lançou. Também tive a oportunidade de trabalhar com Leonardo Jardim, que, psicologicamente, é muito forte. Aprendi muito com esses três treinadores, mas aquele que mais me marcou foi o Dito. Mantenho contacto com ele, é uma excelente pessoa, um excelente treinador e vou lembrá-lo sempre com carinho.

Muitos jogadores dizem que Jorge Jesus é um treinador diferente, também sentiu isso?

Claro que sim, por isso é que está onde está. É alguém que gosta que os jogadores treinem sempre ao máximo e é muito inteligente. Tem uma grande capacidade para ler o jogo, percebe coisas que os outros não percebem e isso faz a diferença. É como Guardiola, esteja onde estiver, se tiver boas opções, vai fazer um bom trabalho. Assim que teve as peças encaixadas, a equipa do Sporting deu o salto e evoluiu bastante.

Sentiu na pele essa exigência?

Sem dúvida. Ainda me lembro das ‘duras’ que ele dava, tanto em mim como aos outros jogadores [risos]. Mas ele faz isso para o bem dos jogadores e para extrair o melhor deles. Por isso é que consegue os resultados que consegue.

“Onde quer que vá, sou reconhecido”

A adaptação ao futebol polaco foi complicada?

Não tive grande dificuldade de adaptação porque não é muito diferente de Portugal. Estava a adaptado ao futebol europeu, com um jogo rápido, mais posicional e forte fisicamente. Sinto-me bem no país e no clube. Já tenho a minha história no Légia. São três anos em que tenho jogado sempre. Tenho o carinho das pessoas e isso é muito importante.

Começa a tornar-se num símbolo do clube?

Sim, claro. No primeiro ano tive uma lesão no joelho que me atrapalhou um pouco, mas, quando voltei, tive a oportunidade de jogar sempre. Conseguimos sentir o respeito dos adeptos. Onde quer que vá, sou reconhecido, as pessoas param e reconhecem o que faço dentro do campo, os adeptos têm uma música para mim… Isso dá-me prazer.

Não pensa em dar o salto para uma Liga mais competitiva?

Sinto-me bem aqui, mas claro que esperamos chegar a clubes e competições de outro patamar. Às vezes as pessoas não se apercebem da grandeza do Légia, mas é um clube gigante, que não deixa nada a desejar a um grande de Portugal. Mas já estou aqui há três anos, a última época foi muito boa. Fiz mais de dez golos, quinze assistências… Surgiu o interesse de algumas equipas, mas acabou por não se concretizar. Além disso, tendo a oportunidade de jogar a Liga dos Campeões, achei que seria interessante ficar. Qualquer jogador profissional sonha jogar estas competições e não sabemos se teremos oportunidade de o fazer novamente.

Tem algum clube ou Liga onde sonhasse jogar?

Desde criança que acompanho e sonho disputar a Liga espanhola. É um futebol que se adapta às minhas características, mas isso vai depender daquilo que consiga fazer na Polónia.

E um regresso a Portugal?

Claro que era possível. É um país que conheço bem, que gosto muito. Foram seis anos em Portugal, praticamente cresci aí. Não descarto a possibilidade de regressar.

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