Análise da partida:

Depois do 1-0 na primeira mão, os alemães jogavam perante os seus adeptos com a intenção de fazer aquilo que nunca conseguiram no encontro em Madrid: criar oportunidades de golo. Guardiola apostou no ‘onze’ mais rodado, com Douglas Costa, Ribéry e Muller no apoio a Lewandowski, naquela que é uma temível frente de ataque.

Do outro lado, os ‘colchoneros’ viram Diego Simeone escalar uma equipa sem grandes surpresas. Torres e Griezmann foram setas apontadas à baliza bávara, com Saúl a servir como falso avançado no apoio. Já Gabi liderava meio-campo e, na zona mais defensiva, é obrigatório falar do quarteto como um todo.

Os germânicos tinham de entrar com o ímpeto todo e apresentar boa dinâmica desde o início. Foi o que aconteceu. Lewandowski teve duas grandes chances e Ribéry também tentou a sorte, perante um Atlético muito encolhido. Mas foi Xabi Alonso, num livre frontal no semicírculo da grande área, que abriu o marcador. O esférico ainda bateu na barreira antes de trair Oblak e passar a linha de golo.

A eliminatória esteve perto de ficar ‘negra’ para os espanhóis quando Javi Martínez foi empurrado de forma ostensiva por Giménez na área ‘colchonera’. Thomas Muller, encarregado de dar ‘fôlego’ aos bávaros, viu Oblak voar para uma defesa enorme. Os madrilenos mantinham-se, assim, na luta devido à frieza do esloveno.

Faltava solidez à formação de Madrid e o Bayern Munique sabia que abriria espaços, caso acelerasse. Até ao intervalo, a defensiva espanhola esteve sempre em sobressalto. Após a paregem, o pendor ofensivo dos homens da casa manteve-se, mas surgiu um Atlético mais atrevido no relvado.

O Bayern ia apresentando melhor futebol, muitas vezes ao primeiro toque e sob pressão rojiblanca. Do outro lado, notava-se alguma descoordenação na hora de defender. Contra a corrente do jogo, Griezmann fez o empate e deixou os bávaros em maus lençóis, como se viria a comprovar.

Se no 1.º tempo, o Bayern mostrou saber o que fazer à bola, após o intervalo foi o Atlético quem mostrou saber o que fazer sem ela. Organizou-se, cerrou fileiras e foi atrevido nas saídas para o ataque, tal como um ‘novo grande da Europa’ tem de ser para se afirmar perante os tubarões.

O Bayern ainda se colocou em vantagem na eliminatória por intermédio de Lewandowski, numa jogada muito bem trabalhada, mas o 'forcing' final acabou por não dar o tento do apuramento. Pelo meio, Neuer não quis ficar atrás de Oblak e ainda defendeu um penálti.

O Atlético está presente numa final da Champions pela segunda vez em três anos - podendo mesmo repetir o encontro da Luz, em 13/14, diante do Real Madrid - e Pep Guardiola despede-se da Baviera pela porta pequena.

Momento do Jogo: 

O golo de Griezmann veio refriar o ímpeto alemão e, apesar de Lewandowski ainda ter colocado o Bayern Munique em vantagem, foi o Atlético que passou a controlar a partida. O Bayern, com o coração nas mãos e o sonho da final na cabeça, ainda tentou, mas o tento do francês foi determinante para o desfecho final. Isto porque, caso os espanhóis não tivessem 'faturado', o Atlético poderia entrar numa situação em que seriam obrigados a defender e a qualidade individual dos alemães poderia ter feito a diferença.