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"A bandeira da centralização dos direitos televisivos nasceu morta"

Tiago Ribeiro, ex-presidente do Estoril, analisa o fenómeno dos direitos televisivos, em entrevista ao Desporto ao Minuto.

"A bandeira da centralização dos direitos televisivos nasceu morta"
Notícias ao Minuto

11:08 - 31/01/16 por Carlos Fernandes com Sérgio Abrantes

Desporto Tiago Ribeiro

Tiago Ribeiro, ex-presidente da SAD do Estoril, faz, em entrevista ao Desporto ao Minuto, um balanço do estado do futebol português. Entre análises ao tema dos direitos televisivos, o antigo dirigente não esquece o “período fúnebre” que a Liga passou sob a égide de Mário Figueiredo.

Os clubes portugueses estão ‘saudáveis’ em termos financeiros?

Desde que subi com o Estoril à I Liga, vejo que um clube bem gerido, com os pés no chão, sem devaneios nem irresponsabilidade em termos de gastos, pode ser muito rentável, ainda para mais com a recente concorrência em torno dos direitos televisivos. Virá mais dinheiro para o futebol português nos próximos 10, 12 anos. Se isso for gerido de forma coerente e séria, os clubes irão ter muito bons resultados. Não podem é aumentar proporcionalmente os custos. Isso é que eu temo, que este dinheiro acabe por acirrar a concorrência e fazer com que os clubes gastem mais em contratações e não na própria estrutura, negligenciando o futuro.

Não considera que a centralização dos direitos televisivos seria mais benéfica?

Sempre julguei que a centralização não era viável. Não havia e continua a não haver vontade dos grandes clubes. Caso se tivesse optado pela centralização, teria sido prejudicial porque haveria menos dinheiro. Os clubes grandes teriam de diminuir os seus ganhos para que houvesse uma distribuição por todos. Ia-se acabar por nivelar a Liga por baixo. Dava-se maior competitividade aos clubes menores, mas menor competitividade aos clubes grandes a nível europeu, o que acabaria por prejudicar o ranking português e, a médio prazo, a própria capacidade de investimento dos clubes grandes.

A centralização foi a principal ‘bandeira’ de Pedro Proença nas eleições para a presidência da Liga. Sente que ele tem condições para continuar?

Não quero julgar o Pedro. Na minha opinião, essa bandeira nunca foi sustentável, nem por parte de Pedro Proença, nem do Luís Duque, nem do Mário Figueiredo, nem do Fernando Gomes. Essa ‘bandeira’ já nasceu morta, como acabou por provar-se. Talvez fosse mais certo ter-se pensado noutro tipo de centralizações, como eu próprio sugeri, como é o caso dos custos das propriedades comuns da I e da II Liga.

Sente que a presidência da Liga está bem entregue a Pedro Proença?

Houve um período em que a Liga ficou um pouco nas trevas, em que houve alguns interesses por trás de decisões do antigo-ex-Presidente da Liga. Mário Figueiredo]. Mas isso são tempos passados. Quem veio a seguir foi sempre muito bem intencionado. Tem de se olhar para o negócio, e foi isso que Pedro Proença, Luís Duque e Fernando Gomes fizeram. Os próprios clubes têm de ser responsabilizados pelo cumprimento das condições mínimas da competição. Melhorando a qualidade do produto melhora-se a qualidade da receita, e é por aí que a discussão tem de ser feita.

A que se refere quando fala “interesses por trás de decisões” de Mário Figueiredo?

Foi uma suposição. Talvez tivesse, porque a maneira como atuava, como fechou a Liga para os clubes, não me parecia natural. Mas digo isso no condicional, nada ficou demonstrado. Mas é um facto que a Liga passou por um período fúnebre, em que ele forçava uma centralização sem qualquer projeto por trás. Mas nada ficou demonstrado, provavelmente seria apenas teimosia do antigo presidente da Liga.

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