Jonjo Shelvey, que passou muitos anos na Premier League ao serviço do Newcastle (e não só), revelou esta quinta-feira que não foi pelo dinheiro que se mudou para o Dubai para jogar futebol na segunda divisão, mas sim pela segurança.
"Tenho visto algumas pessoas a dizer que fui para o Dubai por dinheiro. E eu penso: que dinheiro? Não há dinheiro na Segunda Divisão dos Emirados Árabes Unidos. O salário padrão aqui é de cerca de 2000 libras (equivalente a 2300 euros) por mês para um jogador de futebol", começou por dizer o internacional inglês sobre a sua mudança para o Dubai numa entrevista à BBC.
"Em termos do que ganhei ao longo da minha carreira, isso não é nada. O meu irmão ganha mais a trabalhar num hotel em Londres, então nunca foi uma questão de vir para cá por dinheiro. Já tive o meu tempo. Estou feliz e satisfeito. Agora estou numa fase em que quero apenas desfrutar do futebol. Trata-se de acordar, desfrutar do que faço e passar tempo com a minha família", confessou o médio.
O antigo jogador do Newcastle falou sobre os 'mercados' centralizados também no futebol, com a questão de que os clubes de Manchester e das cidades maiores têm maior facilidade de contratar nomes sonantes do que, por exemplo, o próprio Newcastle.
"Há um debate sobre se o Newcastle é capaz de atrair grandes jogadores em comparação com os clubes de Manchester e os clubes de Londres. Há muitas coisas para fazer. Não me importo com o que dizem. Se os jogadores vão ouvirem isto, é óbvio que devem ir para lá e jogar futebol", atirou.
"Não se encontra o amor num clube de futebol como encontrei no Newcastle, com a forma como tratam os seus jogadores e o quanto os apoiam. Só tenho coisas boas a dizer sobre o meu tempo em Newcastle. Adorei. Mesmo quando recebi a primeira chamada para ir para lá, conduzi 12 horas desde Swansea por causa do trânsito. Só queria chegar lá, fazer os exames médicos e assinar o contrato", confessou Jonjo Shelvey.
"Já tinha jogado contra o Newcastle no St James Park e é muito emocionante, mas nunca se percebe o quão grande é o clube até lá se estar", acrescentou.
Sobre um dia voltar a Inglaterra para viver com a família, que é constituída por três filhos e a sua esposa, Shelvey não esconde que tem algum receio de regressar ao país onde cresceu.
"Para ser sincero, já não quero que os meus filhos cresçam em Inglaterra. Temos muita sorte por termos vivido numa zona agradável do Reino Unido, mas, na minha opinião, na minha terra natal não se pode ter coisas boas", refletiu.
"Nunca mais usaria um relógio em Londres. Na minha opinião, não se pode andar com o telemóvel à mostra em Londres. Vejo pessoas a ser presas por tweets... Não vou ficar aqui a comentar essas coisas porque não sou inteligente o suficiente e vou meter-me em problemas se continuar, mas sinto que o Reino Unido não é o que era há 10 ou 15 anos", concluiu o centrocampista.
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