Frederico Varandas foi um dos oradores desta quinta-feira no Portugal Football Summit, tendo abordado diversos temas do Sporting, clube do qual é presidente, nomeadamente da vertente financeira do emblema de Alvalade.
Ida ao mercado em janeiro é fundamental?
Sobre o mercado de transferências que aí vem, no próximo mês de janeiro, Frederico Varandas recordou o passado para relembrar que nem sempre se trata de investir para o presente, mas também para o futuro.
"Entrei e saí no mercado de verão como queria: entrei como a equipa mais valiosa da Liga e saí como a equipa mais valiosa da Liga. O Sporting pode não ganhar sempre, mas tenho a certeza que ou vencemos ou vamos até às decisões finais", começou por dizer o presidente leonino.
"Gyokeres? Saiu um grande jogador, mas aquele balneário sabe que não foi só um jogador que ganhou o campeonato. E têm oportunidade para o mostrar", admitiu.
"Se Rui Borges pediu reforços? Fiquei contente com o verão, ficámos com um plantel mais valioso e na minha opinião com mais soluções. O nosso treinador já demonstrou que está contente, nós estamos contentes. Não seria a primeira vez que usamos o mercado de janeiro para fazer ajustes e preparar o futuro", confessou Frederico Varandas.
Investimento de 200 milhões de euros
De seguida, veio o tema que poucos conheciam, com as obras de Alvalade a não ficarem pelo interior do Estádio. Frederico Varandas não escondeu o plano total, que passará por transformar todo o complexo em algo mais atrativo.
"Temos uma grande obra, que é game changer para o Sporting. Falta ainda dentro do estádio, e pensamos acabar este ano. Teremos um sistema de som e luzes que não há em Portugal. Esperamos no final da época já ter. Será uma obra diferenciadora em Portugal. Vamos recuperar o Alvaláxia, que infelizmente foi vendido. É um edifício grande, que vai permitir ter o melhor e mais moderno museu desportivo em Portugal. Até ao momento já investimos cerca de 50 milhões, até 28/29 vão ser mais 150 milhões. Serão 200 milhões de euros", afirmou.
"Temos uma vantagem em relação ao nosso rival. O nosso estádio está no eixo central de Lisboa. Lisboa está em explosão, é uma cidade da moda, segura. A localização do estádio é decisiva. O metro quadrado ali vai disparar. A oferta que vamos fazer será um antes e depois e será uma grande mais-valia para a cidade", continuou o líder dos leões.
Numa temporada que terá eleições no clube de Alvalade, Frederico Varandas abordou o tema de ser presidente do Sporting e ainda considerou que tem uma visão "muito cética" sobre ficar na história do emblema leonino.
"Nunca sonhei ser presidente do Sporting, nunca tive esse sonho. Tivemos que definir várias prioridades. Em 2018, o Sporting estava em nível de sobrevivência, depois passámos a ter o objetivo de ser competitivos desportivamente e conseguimos ser o número 1. Agora está na hora de olhar para o futuro, olhar para as infraestruturas, para os sócios", adiantou antes de falar sobre a possibilidade de um terceiro mandato.
"Há 40 anos que não aconteciam muitas coisas no Sporting que acontecem hoje. A mais importante de todas foi a estabilidade. Há cerca de um ano apresentámos um plano estratégico a 10 anos para o Sporting, qual o caminho que o clube deve percorrer. Tantas outras missões que tive de aceitar na vida enquanto militar... É uma missão. O meu pacto é com o clube, só com o clube: devolver o Sporting ao seu lugar devido. É este. Tenho uma visão muito cética sobre ficar na história. Só 10 por cento dos sportinguistas sabem o nome do presidente dos anos 40. Daqui a 80 anos ficará o Sporting. Estamos a fazer títulos. É pouco relevante o nome de quem fica. Não há nada que o tempo não leve", atirou.
Culpa própria na classificação da I Liga
"À data de hoje, estamos à oitava jornada e ocupamos apenas – o que é um ótimo sinal – o segundo lugar. E exclusivamente por culpa nossa. Os jogadores sabem, o treinador sabe. Também sabem e acreditam que são o melhor grupo da Liga e que o têm de mostrar em campo. Eu, presidente, acredito muito nos nossos jogadores, por isso estaria a mentir se dissesse que não acredito muito que vamos ser tricampeões", confirmou Frederico Varandas, sem esquecer a equipa B.
"A equipa B é líder, mas para o presidente do Sporting o objetivo é só um: colocar jogadores na equipa A. Em 2018, não havia equipa B. Trouxemos para cima, sempre com modelo formativo, idade média de 18 anos. O adepto do Sporting quer ser campeão em sub-17, em sub-19, na equipa B… Eu também quero, mas prioridade não é essa. É colocar jogadores na equipa principal. E há mais na calha", concluiu.
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