A Superliga Europeia agitou o mundo há sensivelmente quatro anos e regressou agora para apresentar um novo formato que está nas mãos da UEFA. Após reuniões secretas durante os últimos oito meses - nas quais estiveram UEFA, A22 (que representa a Superliga), Barcelona e Real Madrid - eis que a derradeira proposta já foi entregue e está agora a ser analisada, adiantou o Mundo Deportivo na sexta-feira.
Segundo o mesmo jornal, a ideia da Superliga Europeia passa por evitar um 'divórcio' com a UEFA, apresentando este novo formato de competição europeia como uma "evolução" da Liga dos Campeões. Por sua vez, o nome irá manter-se intocável - mas já lá vamos.
Na prática, este formato tem dois pontos muito importantes: a criação de uma plataforma global que garanta a transmissão de todos os jogos de forma gratuita e um novo modelo que torne a Champions "ainda mais espetacular".
Ao todo terão sido sete as vezes em que os envolvidos estiveram reunidos, sendo que algumas das reuniões até terão acontecido nas instalações da UEFA, que também olha para estas negociações com o intuito de colocar um ponto final na 'guerra' desencadeada em 2021.
A Superliga Europeia olha para a atual Liga dos Campeões (agora com fase de liga única antes das eliminatórias) com outros olhos e pretende fazer apenas alguns ajustes.
As 36 equipas apuradas seriam, porém, divididas em dois grupos com base no ranking da UEFA. Quer isto dizer que o primeiro grupo contaria com jogos de grande interesse, ao passo que o segundo teria jogos mais equilibrados e evitava grandes discrepâncias. Tudo isto, claro, determinado através de um sorteio. Tal como sucede agora, cada clube iria disputar oito jogos nesta primeira fase.
Fechada a primeira fase, os primeiros oito colocados passariam aos oitavos de final, como tem vindo a acontecer, ao passo que os seguintes 16 teriam de disputar os 16avos de final. No entanto, é aqui que entram as mudanças.
O nono classificado do primeiro grupo iria defrontar o apurado do segundo grupo com menor número de pontos. Assim, a Superliga Europeia acredita que subiria o nível, ao mesmo tempo que os clubes teoricamente menos fortes ambicionarem em chegar à final e ganhar, quiçá, a competição. De resto, isto também garantiria que alguns dos colossos caíssem nesta primeira fase.
Futebol para todos
Outra das grandes apostas desta proposta da Superliga Europeia passa pelo acesso global aos jogos que, aos dias de hoje, estão apenas ao dispor de quem está disponível em pagar para poder ver futebol na televisão.
Nesse sentido, a UNIFY é a plataforma apresentada que garante a transmissão de todos os jogos de forma gratuita, mas com anúncios, e dispondo ainda de uma versão premium paga, que essa sim não terá lugar a anúncios.
Bola do lado da UEFA
À primeira vista os responsáveis da UEFA não descartam aplicar o modelo já em 2027, até porque a mesma proposta contempla a continuidade do nome de Liga dos Campeões e significa manter grande parte do atual ADN da competição.
As relações entre a Superliga Europeia e a UEFA melhoraram significativamente e agora a bola está do lado da UEFA. O acordo está longe de estar fechado, mas é uma forte possibilidade.
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