O Benfica volta ao Estádio da Luz já amanhã, sexta-feira, com o intuito de acabar com a crise caseira que se instalou neste mês de setembro, com resultados desastrosos pelo meio. As águias contabilizam uma série de três jogos sem ganhar num recinto que está longe de ser a fortaleza de outros tempos, mas há mais problemas à vista para o novo treinador, José Mourinho.
A partida frente ao Gil Vicente, que marca o arranque da 7.ª jornada da I Liga, servirá, assim, de grande teste para o experiente treinador português, que foi incumbido de inverter uma tendência negativa do seu antecessor, Bruno Lage.
Mourinho até se estreou da melhor forma, com um triunfo folgado diante do AVS (3-0), mas, três dias depois, a euforia dos adeptos viria a dar lugar a nova manifestação de desagrado, por conta do empate caseiro, frente ao Rio Ave (1-1).
Ora, e tendo em conta que antes disso tinham sido registados dois tropeções na Luz - ante Santa Clara (1-1), para o campeonato, e Qarabag (2-3), para a Liga dos Campeões - os problemas deste Benfica estão à vista de todos, e Mourinho parece ainda não ter tido tempo para conseguir mudar o rumo de uma senda de resultados, que já deixou o Benfica a quatro pontos do líder FC Porto.
Da defesa ao ataque...
O Benfica está longe de ser uma equipa letal no ataque, continuando a mostrar claros sinais de pouca inspiração ofensiva - e quiçá de falta de confiança - tendo uma média, no campeonato, de dois golos por jornada, naquele que é mesmo o seu pior registo desde 2013/14, segundo a plataforma especializada Playmaker. No entanto, este dado também poderá servir de motivação, uma vez que os encarnados acabariam por se sagrar campeões nacionais, no final das contas.
Para lá deste problema ofensivo, também a defesa tem sido fonte de preocupação constante, depois de um arranque de temporada prometedor, com os primeiros sete jogos a não contarem com qualquer golo adversário. No entanto, o passado recente mostra que este Benfica é defensivamente frágil e que não consegue lidar com as 'armadas adversárias' que entram em campo a partir do banco.
Frente ao Santa Clara, Vinícius Lopes foi lançado aos 60 minutos para, nos descontos, aproveitar um erro colossal de Nicolás Otamendi e restabelecer o empate, garantindo um saboroso empate aos visitantes. Diante do Rio Ave, foi a vez de André Luíz brilhar depois de sair do banco, aos 57 minutos. Também nos descontos, e aproveitando a passividade defensiva das águias, o avançado brasileiro teve tempo para tudo e desferiu um remate que Trubin limitou-se a acompanhar com os olhos.
O dado mais preocupante
No meio de tudo isto há ainda que ressalvar que, desde 2019/20, o Benfica não atravessava um período de três jogos seguidos sem vencer, em casa, no Estádio da Luz. Nessa altura, a crise prolongou-se por cinco jogos e ditou o desfecho já conhecido de Bruno Lage, naquela que foi a sua primeira passagem pela equipa principal dos encarnados.
Cabe, agora, a José Mourinho dar a volta ao texto e reorganizar a equipa do Benfica, indicando o caminho da vitória, até porque o nível de dificuldade promete aumentar, já nos próximos dias.
Depois do embate com o Gil Vicente, que soma apenas uma derrota em seis jornadas, o Benfica entra num ciclo 'alucinante', tendo de medir forças com Chelsea e FC Porto antes da próxima pausa internacional para os compromissos das seleções nacionais.
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