Pep Guardiola aproveitou, esta terça-feira, a conferência de imprensa de antevisão ao encontro da terceira eliminatória da Taça da Liga, perante o Huddersfield Town, no Accu Stadium, para responder às críticas de que foi alvo, ao longo dos últimos dias, devido à maneira como o 'seu' Manchester City se apresentou, no Emirates Stadium, onde, no passado fim de semana, 'arrancou' um empate a uma bola com o Arsenal.
Perante os eternos rivais, os citizens dispuseram de apenas 32,8% da posse de bola, o número mais baixo de toda a carreira do catalão. Um número que motivou, inclusive, comparações com... José Mourinho, treinador português que, agora, orienta o Benfica. Ainda assim, confrontado pelos jornalistas, o próprio rejeitou por completo a teoria de que se tenha limitado a "estacionar o autocarro".
"Quando vencemos a Premier League, éramos uma equipa aborrecida, certo? Talvez os jogadores, no futuro, possam falar sobre o quanto eu mudei, esta temporada. Talvez sejam eles quem tem o maior crédito para dizer se, realmente, eu mudei a minha abordagem, porque são eles que estão em cada reunião, em cada jogo, em cada palestra pós-jogo. Podem perguntar-lhes", começou por afirmar.
"Penso que é exatamente a mesma. Exatamente. Nós alterámos a maneira como jogamos contra o Napoli [vitória, por 2-0, na jornada inaugural da fase de liga da Liga dos Campeões]? Não. Três dias depois, alterámos a nossa maneira de jogar? F***-se, sou mesmo bom. Mudei absolutamente tudo em três dias! Devo ser um treinador mesmo, mesmo bom", prosseguiu.
"Até me retirar, adoraria jogar da maneira que quero jogar. Em princípio, prefiro que recuperemos a bola em posições adiantadas do terreno, que tenhamos muita posse de bola para perturbar a estrutura dos adversários e que tentemos castigá-los. Fui sempre assim, e serei sempre assim", rematou, em declarações reproduzidas pelo jornal britânico Daily Mail.
"Quando defendemos mais baixo, porque eles são melhores ou porque nós somos uma me***..."
Pep Guardiola prosseguiu a defesa à estratégia do Manchester City insistindo que se limitou a adaptar-se aos pontos fortes do Arsenal: "Quando eu comecei como futebolista, sob as ordens de Johan Cruyff, no Barcelona, e uma equipa defendia homem a homem... Ele diria 'Pep, quanto tens a bola, como médio de contenção, olha para o Romário, olha para a frente'".
"Por que é que deveríamos jogar mais curto se este e aquele tipo estão a ser marcados? Tens de jogar lá na frente, no um contra um. Se queres jogar nos duelos individuais com o Erling [Haaland], então, joga nos duelos individuais. Se perderes esse duelo, vai ser golo. Por vezes, não somos bons. Por vezes, o adversário é melhor. Quando defendemos mais baixo, porque eles são melhores ou porque nós somos uma me***, se conseguires correr na transição, então, corre", atirou.
"Mas, quando o ataque não acontece, é porque estivemos mal, não porque quisemos fazer aquilo. Estamos aqui para jogar. Nunca na minha carreira defendemos durante tanto, tanto tempo juntos, compactos, no centro e lá atrás. Nunca, nunca. Conseguimos fazê-lo contra o Arsenal, e isso é algo de incrivelmente positivo para o nosso futuro", concluiu.
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