João Noronha Lopes emitiu, ao início da tarde deste domingo, um comunicado, através das plataformas oficiais, nas quais não poupou nas críticas tecidas a Rui Costa, depois de, na véspera, este o ter acusado se se ter "escondido e não ter ido a jogo no momento da história recente em que o Benfica mai necessitava", referindo-se às eleições de 2021, que se seguiram à demissão de Luís Filipe Vieira.
O candidato da lista 'Benfica Acima de Tudo' acusou o atual presidente dos encarnados de ter proferido "várias mentiras", e atirou: "Já sabia que Rui Costa era um presidente impreparado. Agora, fico a saber que é um candidato disposto a recorrer à mesquinhez e ao baixo nível. Sendo absolutamente claro: não reconheço a Rui Costa qualquer autoridade para me dar lições de benfiquismo, muito menos de coragem".
"Ao contrário dele, nunca me escondi do Benfica. Em 2000, lutei ao lado de Manuel Vilarinho contra Vale e Azevedo, que chegou à Presidência do Benfica com o apoio de Rui Costa. Foi a coragem de muitos a evitar que o Benfica deixasse de ser dos sócios", começou por referir.
"Em 2020, enquanto Rui Costa se escondia atrás de Luís Filipe Vieira, eu lutava para devolver a dignidade e o bom nome ao clube. Sobre coragem ou falta dela, estamos conversados. Ainda assim, é uma pena que esta versão mais combativa de Rui Costa só apareça na véspera de uma eleição. Podia ter dado jeito ao Benfica nos últimos quatro anos", prosseguiu.
"Por outro lado, o timing compreende-se. Esta direção sempre foi mais firme a defender os seus interesses do que a defender o Benfica. Contrariamente ao seu slogan de campanha, para Rui Costa, só Rui Costa importa. E o desespero visível só demonstra uma coisa. Rui Costa já percebeu que a mudança está a chegar ao Benfica. É isso que verdadeiramente o incomoda", rematou.
Ânimos exaltados a um mês das eleições
As eleições para a presidência do Benfica, recorde-se, estão agendadas já para o próximo dia 25 de outubro. Neste momento, recorde-se, são, oficialmente, candidatos Rui Costa (o atual presidente), o antecessor (Luís Filipe Vieira), João Noronha Lopes, Martim Borges Coutinho Mayer, João Diogo Manteigas e Cristóvão Carvalho.
Resta, agora, perceber ao certo a situação de Paulo Parreira, popular adepto encarnado que já tornou pública a decisão de apresentar o seu nome a votos, e que, antes do encontro do passado dia 12 de setembro, esteve mesmo no Estádio da Luz, a recolher assinaturas, antes do jogo com o Santa Clara, que terminou empatado a uma bola.
Certo é que, para já, os ânimos vão-se exaltando entre todos os envolvidos no sufrágio, devido a questões como o voto eletrónico, os estatutos eleitorais ou, mais recentemente, o treinador, fruto da demissão de Bruno Lage e consequente contratação de José Mourinho, que, no primeiro jogo ao leme da equipa principal, conduziu-o a uma categórica vitória, na deslocação à Vila das Aves, sobre o AVS, por 0-3.
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