O Manchester United saiu, este domingo, derrotado da deslocação ao Etihad Stadium, perante o Manchester City, por categóricos 3-0, naquele que era o jogo mais aguardado de toda a quarta jornada da Premier League, perfazendo, desta maneira, um registo de dois desaires, dois empates e apenas uma vitória ao cabo dos cinco primeiros duelos da nova temporada de 2025/26.
Números que deixam Ruben Amorim mais fragilizado do que nunca, e que mereceram uma franca análise por parte de Gary Neville, 'lenda viva' dos red devils, na estação televisiva britânica Sky Sports, logo após o apito final: "Penso que irá haver alguma pressão a ser aplicada ao treinador e à sua rigidez de se manter com o sistema de jogo".
"Houve momentos nos quais vi o Manchester United perder este tipo de jogo e senti-me zangado e frustrado. Agora, só não sinto nada, o que é ainda pior. Esta exibição foi um nada. O Manchester United foi, simplesmente, derrotado. Uma nova derrota, contra o Chelsea, na próxima, e grandes questões começarão a ser colocadas", começou por afirmar.
"O Manchester United é 14.º classificado e ainda só passaram quatro jornadas. Não podemos chegar a outubro com o Manchester United em 14.º ou 15.º no campeonato, caso contrário, o treinador estará em apuros. Eles têm de começar a vencer, rapidamente. Na próxima semana, se perderem, serão 15.º ou 16.º. Terão passado cinco jornadas, e, antes de dares por isso, estás em outubro com eles na metade inferior da tabela", prosseguiu.
"Não podem estar aí, depois de terem gasto 200 milhões de libras e de lhe terem dado uma pré-época. Tem de haver um volte-face, rapidamente, e a ideia do treinador tem de entranhar-se rapidamente nos jogadores. Tiveram dificuldades contra o Burnley, em casa, contra o Fulham em grande parte do jogo, na casa do Grimsby Town... Tiveram dificuldades, hoje, em encontrar ritmo e níveis exibicionais. Estou preocupado com o treinador. Preocupa-me o que vai acontecer nestas próximas semanas. Não me parece que seja altura para entrar em pânico, mas já vimos este filme", rematou.
"Continuamos a arranjar desculpas, mas quando é que vamos ver sinais?"
Roy Keane, antigo companheiro de equipa de Gary Neville, também não poupou o treinador português: "Falta verdadeira qualidade a esta equipa do Manchester United. Têm dificuldades defensivas, parecem estar por todo o lado. O Manchester United é uma equipa banal de Premier League. As estatísticas dizem-nos que isto remonta à temporada passada. O registo do Manchester United contra qualquer equipa do top6 é muito, muito fraco".
"Não basta apenas bater as equipas menores. Estás a jogar pelo Manchester United para bater outras boas equipas, e o Manchester United não consegue fazer isso. Estamos a falar do sistema, mas o treinador chegou e tem-se mantido fiel. Não está a vacilar. Os resultados - e estamos a olhar para os pontos, golos marcados e golos sofridos por jogo - preocupam-me. Não é uma boa leitura. Assim que o jogo começa, ficas preocupado, e sentes isso quando eles jogam contra qualquer equipa decente", atirou.
"Disseram que marcaram quatro golos [na Premier League, esta temporada] e que o Manchester United é melhor a atacar, agora. Dois desses golos foram de grande penalidades, por isso, não são propriamente uma equipa prolífica, que pode marcar dois ou três golos mesmo que sofra um ou dois. É o mesmo problema do ano passado", acrescentou.
"Disseram-nos que um novo treinador precisa de uma pré-época, dos próprios jogadores... Eles gastaram mais de 200 milhões de libras. Continuamos a arranjar desculpas, mas quando é que vamos ver os sinais. As pessoas dizem para dar tempo aos treinadores. É claro. Mas vimos [Arne] Slot chegar ao Liverpool - e o Liverpool era uma equipa melhor do que o Manchester United, na temporada passada - e a conquistar o campeonato", rematou.
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