Grande surpresa na madrugada de terça para quarta-feira na qualificação sul-americana para o Campeonato do Mundo do próximo ano, que decorrerá no verão de 2026 no Canadá, nos Estados Unidos da América e no México. A Bolívia garantiu na terça-feira um lugar no playoff intercontinental de acesso à competição, depois de vencer o Brasil, por 1-0.
Nos cerca de 4.000 metros de altitude de El Alto, a Bolívia impôs a primeira derrota a Carlo Ancelotti como selecionador brasileiro, ao triunfar graças a um golo de Miguelito no fecho da primeira parte, aos 45+4 minutos, através da conversão de um pontapé de grande penalidade.
Um resultado que não caiu nada bem junto do Brasil e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Após a partida, Samir Xaud, presidente da CBF, não poupou nas críticas ao trabalho da equipa de arbitragem.
"Uma tristeza o que ocorreu aqui. Viemos para jogar futebol e o que vimos desde a nossa chegada foi um antijogo. Mesmo com esta altitude de quatro mil metros, jogámos contra a arbitragem, contra a polícia e contra os apanha-bolas, a tirar e colocar bolas em campo. Uma verdadeira várzea", começou por dizer o dirigente brasileiro, em declarações ao portal Globoesporte, pedindo uma resposta imediata da CONMEBOL.
"Não é o que nós esperamos para o futebol mundial nem para o futebol sul-americano. O que nós queremos é engrandecer ainda mais. Esse tipo de atitude principalmente a jogar na altitude fica difícil, ainda mais a jogar com 14 homens dentro de campo. Espero que a CONMEBOL tome providências, justamente porque temos tudo gravado. Isso não pode acontecer, é um absurdo", prosseguiu o líder da CBF.
"Polícia truculenta com toda a equipa, toda a equipa técnica. É o que a gente não espera. Nós recebemos todas as seleções muito bem, nós abraçamos as seleções. Nós colocamos tudo à disposição deles e quando vamos jogar fora do Brasil, principalmente aqui, chega a ser até absurda a receção que temos aqui. Fica a minha indignação", finalizou Sami Xaud.
Mas as críticas não se ficaram pelo presidente da CBF. Rodrigo Caetano, diretor de seleções da Confederação Brasileira de Futebol, também foi muito crítico.
"Confesso que não tinha visto nada igual. É óbvio que nós vamos fazer o que nos cabe, as nossas reclamações, os nossos protestos junto com a CONMEBOL. Mas acho que de efeito prático isso é zero. Depois do penálti não houve mais jogo, infelizmente. Já sabíamos que enfrentaríamos este tipo de situação aqui. A Bolívia tem os seus méritos, mas é preciso dizer que o desporto praticado hoje aqui não foi futebol", lamentou.
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