Foi sofrido, mas houve sorrisos. A seleção nacional está muito bem encaminhada para selar o apuramento para o Campeonato do Mundo de 2026, que decorre na América do Norte, após nova vitória, na noite de terça-feira, no grupo F de qualificação para esta competição. A Hungria foi a mais recente vítima na caminhada dos lusos, que venceram por 2-3
Em Budapeste, a equipa das quinas deu de caras com ambiente hostil e com um adversário incómodo. Os magiares não tremeram perante a qualidade da equipa portuguesa e castigaram bem caro os erros da defensiva nacional.
Esta vitória complicada e arrancada a ferros quase se tornava num acidente de percurso dos portugueses rumo ao objetivo final de qualificação para o Mundial'2026. No entanto, a frieza de João Cancelo acabou por entregar um triunfo ao cair do pano, num jogo com muitos equívocos de Roberto Martínez na sua estratégia inicial.
Se a ideia de Roberto Martínez era ter mais posse de bola, o espanhol acertou. Uma ideia que acabou por retirar inspiração ofensiva à seleção nacional. Os posicionamentos também não estiveram ao melhor nível e a Hungria acabou por castigar Portugal logo no primeiro erro. Varga, avançado do Ferencvaros, apontou o primeiro golo aos 21 minutos, que na altura deixou a equipa magiar em vantagem.
Assustados por este golo inaugural dos húngaros, os portugueses reagiram e chegaram ao golo do empate através de Bernardo Silva aos 36 minutos. Cristiano Ronaldo, aos 58 minutos, aumento a contagem portuguesa de grande penalidade, este último golo num lance a castigar mão na bola do húngaro Nego.
Mas o encontro não estava ganho. Numa nova transição rápida, e após outro erro defensivo de Portugal, Varga bisou no encontro. Mas foi um golo de estragos mínimos porque, logo a seguir, João Cancelo ganhou uma bola no meio campo e, com um toque de frieza, apareceu à entrada da área para selar a quinta vitória portuguesa nas visitas a Budapeste.
Um potente remate do defesa português que acabou por manter imaculada a caminhada de Portugal rumo ao Mundial'2026. O apuramento está ao virar da esquina no próximo mês de outubro, mas não está imune a novas invenções táticas do selecionador nacional.
Mas vamos às notas desta partida:
Figura
João Cancelo é o grande destaque destes dois jogos da seleção portuguesa. Esteve quase um ano sem estar ao serviço de Portugal (antes desta última jornada, o seu último jogo pela equipa das quinas havia sido em novembro do ano passado), mas provou que é um dos melhores laterais da atualidade. Acutilante a atacar e fiável a defender, o defesa foi um dos grandes responsáveis, se não mesmo o principal, do triunfo em Budapeste.
Surpresa
Barnabás Varga não foi o melhor jogador da Hungria nesta partida, bem longe disso, mas fez o que o que lhe competia de forma exímia. Nas duas vezes em que foi chamado a castigar dois erros da defesa portuguesa, respondeu com dois cabeceamentos certeiros para o fundo das redes de Diogo Costa.
Desilusão
Loic Nego foi uma das figuras negativas, acabando por ficar ligado à derrota da Hungria nesta partida. Algo 'tenrinho' a atacar, o defesa acabou por cometer a grande penalidade que permitiu a Cristiano Ronaldo assinar a remontada portuguesa.
Treinadores
Marco Rossi
Os húngaros sabiam que Portugal partia como favorito à vitória em Budapeste, mas não se amedrontaram com esse favoritismo. Nos dois erros que os lusos cometeram, os húngaros não perdoaram nas tão temidas transições rápidas e marcaram dois golos que podia ter feito mossa na caminhada portuguesa. O nervosismo tramou os magiares.
Roberto Martínez
Depois da boa resposta dada pela equipa na Arménia, o técnico espanhol conquistou, com mérito, o direito de fazer certas escolhas e de promover alterações dada a proximidade entre os dois jogos. Mas neste jogo pareceu esta a ser demasiado criativo e arriscou ao adaptar Rúben Neves à posição de central, ainda que o ex-FC Porto conheça bem a posição, quando tinha centrais de raiz no banco de suplentes. Duas vitórias em dois jogos colocam Portugal no caminho para o Mundial.
Arbitragem
Exibição muito positiva da equipa liderada pelo belga Erik Lambrechts. Apesar do critério largo aplicado ao longo dos 90 minutos, não perdeu o controlo da partida. Fez uma boa utilização do VAR.
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