O lucro obtido foi justificado pelo "aumento dos rendimentos operacionais e pelas transações de ateltas", de acordo com o relatório e contas enviado pela SAD 'encarnada' à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), no qual é destacado o "impacto relevante da participação no Mundial de Clubes e da performance na Liga dos Campeões".
Na última temporada, o Benfica alcançou os oitavos de final em ambas as provas, organizadas pela FIFA e pela UEFA, respetivamente, beneficiando dos elevados prémios distribuídos nas duas competições, que em termos brutos ascenderam a 26,1 ME no Mundial e a 71,4 ME na 'Champions'.
Os rendimentos operacionais sem direitos de atletas subiram 31% em termos homólogos para 230,6 ME, o valor mais elevado de sempre, representando um aumento de 54 ME em relação ao exercício anterior.
Numa época em que o Benfica terminou a I Liga de futebol no segundo lugar, atrás do rival Sporting, que se sagrou bicampeão, os gastos operacionais aumentaram para 226,7 ME, mais 21,9 ME do que em 2023/24, com o clube da Luz a apontar para as indemnizações pagas à equipa técnica liderada pelo alemão Roger Schmidt (quase 9 ME), os custos relacionados com a participação no Mundial de Clubes e o impacto da transferência do futebol feminino para a alçada da Benfica SAD como principais causas.
"Ajustando estes efeitos, os gastos estariam estáveis", assinalou a entidade liderada por Rui Costa, apontando para os valores de 205,3 ME contra 204,8 ME.
Assim, o resultado operacional sem direitos de atletas foi positivo em 3,9 milhões de euros, um aumento de 32 ME face ao período homólogo, tratando-se do primeiro resultado operacional positivo após sete épocas (desde 2017/18 que não se verificava).
Isto, em "consequência do impacto líquido positivo do Mundial de Clubes (17,1 ME)" e da "melhor performance nas competições europeias", cujo encaixe superou em quase 24 milhões de euros a anterior participação.
Já o resultado com direitos de atletas mais do que triplicou em 2024/25 face ao exercício anterior, ascendendo a 46,7 ME.
Os rendimentos de transações de atletas foram de 117,3 ME (+51,7%), em que as vendas brutas de direitos de atletas ascenderam a 188,9 ME, estando entre as mais-valias relevantes as vendas de João Neves, e dos brasileiros Marcos Leonardo e David Neres.
Nota também para a redução de imparidades e amortizações de atletas (descida de 2,7 ME face ao período homólogo).
Quanto ao ativo total da Benfica SAD, o montante atingiu os 591,2 ME (aumento de 4,6%), sendo o décimo exercício consecutivo de crescimento do ativo.
Por seu turno, o passivo total diminui 1,8% face ao período homólogo para os 474,9 ME, que representam 80,3% do ativo, "sinal de equilíbrio financeiro", realçaram os 'encarnados', que apontaram ainda para a redução dos empréstimos obtidos em 18,9 ME e da dívida líquida em 4,9 ME. "O passivo não exigível associado à NOS caiu 47,4%, libertando receitas futuras de TV", acrescentaram.
A dívida líquida no final do exercício ficou nos 196,9 ME (uma queda de 2,4% face ao período homólogo), com uma "forte melhoria no rácio dívida líquida/rendimentos (de 79,5% para 56,6%), o que reforça a capacidade de geração de receitas", sublinhou a Benfica SAD, adiantando que a redução está "alinhada com a estratégia de controlo financeiro, mesmo após investimentos significativos no plantel".
Deste modo, os capitais próprios situam-se nos 116,3 ME (subida de 42,1% face ao período homólogo) e superam novamente o capital social após três épocas. A Benfica SAD realçou que este indicador está "ainda abaixo do nível de 2020/21 (143,7MEuro), mas [que tem a] expectativa de rápida recuperação com apuramento para Liga dos Campeões e com as mais-valias do mercado de verão".
Com o lucro de 34,4 ME agora anunciado, a sociedade benfiquista voltou às contas no 'verde', depois dos lucros em 2022/23 (4,2 ME) e 2019/20 (41,7 ME) e dos prejuízos nos exercícios de 2020/21 (17,4 ME), 2021/22 (35 ME) e 2023/24 (31,4 ME).