A vitória do Botafogo frente ao Paris Saint-Germain foi uma surpresa total no mundo do futebol. Ambas as equipas tinham vencido as competições continentais na última edição, defrontando-se na fase de grupos do Mundial de Clubes. Renato Paiva, treinador do conjunto do Rio de Janeiro, não escondeu a felicidade após o triunfo.
"Isto é histórico por várias coisas. Era confronto dos continentes. Eu estou muito feliz pelo Brasil, pelo país, pelo jogador brasileiro, pelo treinador brasileiro, pelo treinador estrangeiro que trabalha no Brasil. Estavam em campo o confronto entre o vencedor da Champions League, que tinha vencido há três semanas, e o clube detentor da Libertadores. Mas metade dessa equipa praticamente não está aqui", começou por dizer o treinador do Botafogo na conferência de imprensa, segundo cita a Globo Esporte.
"No futebol, há sempre uma possibilidade de ganhar um jogo deste. A história do futebol diz isso e eu disse antes que o cemitério do futebol está cheio de favoritos. Hoje voltou-se a provar. Uma das prioridades deste grupo e deste treinador é blindar-se do exterior e trabalhar em função das suas ideias, das suas filosofias, do conhecimento dos seus jogadores. Era uma questão de acreditar, sinceramente, e acreditar porque não é o exterior que nos define. Depois do jogo de estreia era tudo negativo, era a teoria do caos", continuou.
"Fizemos um jogo em que, taticamente, fomos perfeitos. Irrepreensíveis. O PSG não teve todas aquelas oportunidades flagrantes. Teve muito a bola, de facto teve, mas nós fomos muito solidários. Quando saí do campo, disse: fizemos o Paris Saint-Germain beber do seu próprio veneno", acrescentou o português.
"Foi de facto uma exibição muito boa, muito completa. Gostaria de ter tido mais a bola, gostaria de ter atacado mais, mas não é possível porque esta equipa é uma máquina de atacar e defender e de transições e nós fomos muito inteligentes, muito rigorosos no plano", confessou o técnico luso.
"Nós hoje fomos aquilo que o PSG tem sido nos últimos tempos. Uma verdadeira equipa, e não foi a primeira vez que somos. Atacamos todos, defendemos todos. Deslizamos todos para a direita, deslizamos todos para a esquerda. Fomos todos para a frente e fomos todos para trás. Era a única forma de nos equivalermos com eles. A partir daí, depois, também o talento dos nossos jogadores. Porque os nossos jogadores têm muita qualidade. Foi um jogo estratégico, sabíamos como ia ser", rematou antes de desvendar o plano de preparação para o encontro.
"O último slide antes de sairmos do hotel foi colocar a taça da Liga dos Campeões e a Libertadores. E disse: ‘o mundo vai dizer que joga quem ganhou a Champions com quem ganhou a Copa Libertadores’. E o slide a seguir foi este grupo, porque este grupo tem o trabalho de muitos jogadores que chegaram depois. Mérito para os que ganharam essa Copa Libertadores, mas hoje já somos um grupo diferente. E eu disse, ‘é quem ganhou a Champions contra este grupo de trabalho’. E essa foi de fato a nossa maior vitória. A nossa maior vitória sendo nós próprios. Disse 'não percam a oportunidade de mostrar para o mundo que são vocês mesmos’, e foram. E isto faz de mim um treinador absolutamente orgulhoso", concluiu Renato Paiva, que se encontra na primeira posição do grupo B, com seis pontos e está muito bem encaminhado para seguir em frente no Mundial de Clubes.
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Luis Enrique não ficou indiferente
O treinador do Paris Saint-Germain também reagiu ao encontro, tendo feito elogios ao conjunto brasileiro, em declarações feitas na conferência de imprensa.
"Foi muito difícil para nós criar situações de golo neste jogo, não estivemos muito inspirados, é uma competição muito difícil. Eles marcaram o golo numa jogada um pouco estranha, mas defenderam muito bem e fizeram um jogo muito bom. Foi difícil para nós desde o início", iniciou o espanhol.
"A nossa equipa é especialista em lidar com os maus momentos. Ninguém esperava este resultado hoje, mas eles mereceram-no num jogo tão disputado. Agora é altura de analisar tudo e ver onde podemos melhorar. É uma competição muito difícil, porque o próximo jogo será fundamental. Vão ser sempre jogos como este", afirmou o técnico dos campeões europeus.
"Acredito que o Botafogo foi a equipa que melhor nos defendeu em toda a época, incluindo a nossa liga e a Champions. Acho que estiveram muito bem, não fizeram bloco baixo desde o início, foram muito eficientes. Nós não gerámos as oportunidades de golo que costumamos criar. O Botafogo esteve bem e dou-lhes os parabéns", completou.
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