A Seleção Nacional de futebol bateu (2-1), esta quarta-feira, pela terceira vez na história, em jogos oficiais, a Alemanha e assegurou a passagem à final da Liga das Nações, prova que conquistou em 2019, no Porto.
A primeira parte reservou um Portugal muito dependente das arrancas vertiginosas de Pedro Neto pelo corredor esquerdo. Mais atrás, valeu o guardião Diogo Costa a resistir às investidas alemãs.
Na segunda parte, os golos apareceram. Aos 48', Wirtz abriu o ativo e 'obrigou' o selecionador Roberto Martínez a mexer no onze, claramente, desconfortável em campo. Do banco de suplentes, saltou Francisco Conceição (63'), que vestiu a pele de herói, à semelhança do seu pai, Sérgio Conceição, autor de inesquecível hattrick contra a Mannschaft no Europeu de 2000 (3-0).
O empate foi desfeito aos 68', por Cristiano Ronaldo. Para encontrar o caminho das redes adversárias, dificilmente, haverá melhor que o capitão, que começa a formar uma dupla de respeito com o melhor lateral-esquerdo do Mundo: Nuno Mendes.
Vamos então as notas da partida
A figura
Esta é, sem dúvida, a melhor temporada da (ainda curta) carreira de Nuno Mendes. Mais um jogaço do lateral-esquerdo português, de 22 anos, que foi decisivo no feito histórico na Alemanha. O ex-Sporting está muito mais forte a defender, sem esquecer claro a sua grande arma: o ataque. Sabe sempre como servir Cristiano Ronaldo dentro da área.
Surpresa
Francisco Conceição ganha outra dimensão com a camisola da seleção nacional. O 'espalha-brasas', de 22 anos, deu o mote para a reviravolta lusa através de um notável lance de inspiração individual. Carrega nas costas o nome do herói de 2000 e não acusou a pressão, embora tenha ficado a dever mais um golo, negado de forma espetacular por Ter Stegen.
Desilusão
Trincão mereceu a titularidade pela época muito bem conseguida no Sporting. Contudo, o jogo com a Alemanha trouxe a pior versão do extremo, de 25 anos, incapaz de ter a personalidade necessária para pedir a bola pelo flanco direito. Talvez tenha sido vítima do plano de jogo de Roberto Martínez, mas quando foi rendido por Francisco Conceição, Portugal cresceu e de que maneira.
Os treinadores
Julian Nagelsmann apresenta uma seleção alemã muito dinâmica, intensa na pressão e objetiva na procura da baliza. No entanto, também é muito frágil a nível defensivo e emocionalmente também. Os dois golos sofridos abalaram por completo a confiança dos jogadores, que sentiram o ambiente frio oriundo das bancadas. Este foi mais um sinal de que a Alemanha já não é o que era e nem o facto de ser o anfitrião da Liga das Nações ajudou a reviver noites gloriosas do passado.
Roberto Martínez apostou numa variante tática, concedendo muita liberdade de movimentos a João Neves, ora defesa-direito, ora 'vagabundo' do meio-campo para a frente. No entanto, a experiência foi um fracasso, pois o selecionador nacional não tem o mesmo tempo que Luís Enrique, técnico do PSG, para trabalhar essas rotinas. Na segunda parte, o técnico espanhol olhou para o seu banco de suplentes e fez entrar as peças certas nos devidos lugares. Portugal cresceu e a vitória até podia ser por números mais expressivos.
Árbitro
Ninguém ficou contente com a exibição de Slavko Vinčić. O juiz esloveno comprometeu de forma séria no golo da Alemanha, validando o golo de Wirtz, quando é notório o fora de jogo posicional de Nick Woltemade, interferindo na jogada. Nos jogos deste nível, a arbitragem tem de acompanhar o nível das equipas.
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