"Tenho a certeza de que todos os jogadores, a equipa técnica e os adeptos não pensarão nisso, até porque, normalmente, quem joga para empatar perde. O Sporting vai entrar em campo para ganhar. Quando eu jogava, o nosso pensamento era sempre esse", vincou à agência Lusa o ex-avançado búlgaro, de 57 anos, que atuou pelos 'leões' (1991-2001) e era capitão quando o clube quebrou um interregno de 18 anos sem títulos em 1999/2000.

Benfica e Sporting enfrentam-se no sábado, às 18:00, no Estádio da Luz, em Lisboa, num encontro crucial da 33.ª jornada da I Liga, para o qual partem com os mesmos 78 pontos, com vantagem no confronto direto para a equipa de Rui Borges, que triunfou no dérbi em Alvalade (1-0) e está em busca do 21.º cetro e do primeiro bicampeonato desde 1953/54.

"É um jogo grande de Portugal, que vem de há muitos anos, e espero que seja uma festa do futebol dentro e, sobretudo, fora do relvado. Que as pessoas sejam bem comportadas e que o Sporting ganhe. Sem dúvida, é um jogo muito importante. O Sporting vai fazer de tudo para ganhá-lo e garantir a conquista do título ainda antes da última jornada", definiu.

Aguardando por uma "grande festa em Portugal e no mundo inteiro" do universo 'verde e branco', Ivaylo Iordanov admite que a hipótese de atingir um feito com 71 anos "não será um peso" para a equipa, que vem de quatro triunfos seguidos e está invicta nos 19 jogos efetuados para a I Liga desde a chegada de Rui Borges, terceiro treinador da temporada.

"[O título] Vai entrar no pensamento dos jogadores, porque é um jogo muito importante e pode sentenciar uma época, mas o mais importante é que o Sporting faça o que costuma fazer. Tem de entrar mobilizado ao máximo, fazer o que tem feito e acho que não haverá problemas. Com todo o respeito que tenho pelo Benfica, o Sporting está a praticar muito melhor futebol", considerou o ex-avançado, que também venceu uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira com os 'leões', por entre 69 golos em 222 encontros.

As 'águias' também podem festejar no dérbi, desde que triunfem por dois ou mais tentos, mas Iordanov mostra-se indiferente quanto às intenções estratégicas da equipa de Bruno Lage, que tenta reforçar o recorde de 38 títulos de campeão nacional, recuperar o cetro perdido há um ano para o rival e impedir uma inédita consagração 'leonina' na Luz.

"Acho que não acontecerá, mas, se o Benfica fizer um golo cedo, não vai haver problema para o Sporting igualar e dar a volta ao marcador. O jogo não se vai decidir nos 15 ou 20 minutos iniciais", relativizou, face à impossibilidade de o rival da Luz jogar para o empate.

Os campeões nacionais devem manter a estrutura tática de '3-4-3' vigorada entre 2020 e 2024 com Ruben Amorim, seguida ao longo do curto ciclo de João Pereira e recuperada recentemente por Rui Borges, que utilizou o '4-2-3-1' na estreia vitoriosa face ao Benfica.

"Não costumo falar sobre os treinadores que estão a comandar o Sporting. Eles estão lá dentro e sabem quem são os melhores jogadores, as características que cada um deles pode dar e a melhor tática para defrontar os adversários", disse, evocando o "espírito e a garra de leão" presentes na reviravolta tardia sobre o Gil Vicente (2-1), na ronda anterior.

Os 52 golos e 12 assistências em 49 jogos nas diversas provas do ponta de lança sueco Viktor Gyökeres - incluindo 38 remates certeiros na I Liga, da qual é o melhor marcador destacado e que o deixam na frente da luta pela Bota de Ouro europeia - não passam ao lado de Iordanov, que prefere priorizar o coletivo em vez do rendimento individual.

"É claro que sobressai sempre um ou outro nome e o Viktor Gyökeres consegue fazer os golos de que o Sporting precisa para ganhar, mas a equipa tem de jogar toda junta e ele também defende e é muito completo. Além do mais, é uma figura relevante. Eu defendo sempre que a equipa tem de estar em primeiro lugar e ele entrou muito bem ali", avaliou.