"É normal que tenham aprendido com a primeira partida e queiram mudar alguma coisa, principalmente ao nível da atitude. Não digo que tivesse mostrado medo, mas achei que a Polónia jogou com muito respeito perante Portugal. Acredito que vai querer dar uma imagem diferente, mas a qualidade dos jogadores portugueses é muito superior e faz a diferença", disse o médio do atual vice-líder da Ekstraklasa, em entrevista à agência Lusa.
Portugal, vencedor da edição inaugural, em 2019, recebe a Polónia na sexta-feira, às 19:45, no Estádio do Dragão, no Porto, em encontro da quinta de seis jornadas do Grupo A1 da Liga das Nações, um mês depois do triunfo em Varsóvia (3-1), na terceira ronda.
"Espero novamente uma superioridade de Portugal. Tive a oportunidade de ir ver o jogo ao estádio em Varsóvia e a seleção nacional esteve individual e coletivamente muito acima da Polónia. Acredito que terá uma vitória confortável, ainda para mais a jogar em casa", frisou Nené, que leva 18 golos e 12 assistências em 89 duelos pelo Jagiellonia Bialystok desde 2022/23 e partilha balneário com os compatriotas Tomás Silva e João Moutinho.
No Grupo A1, que qualifica os dois primeiros colocados para os quartos de final, a equipa das 'quinas' é líder isolada, com 10 pontos, contra sete da Croácia, segunda, quatro da Polónia, na terceira posição, de acesso ao play-off de manutenção, e um da lanterna-vermelha Escócia, em risco de despromoção automática à Liga B da Liga das Nações.
"Não devemos exigir, mas devemos contar que Portugal lute para ganhar a competição. É um dos principais favoritos e tem uma seleção recheada de talento, com uma mistura de experiência e juventude, na qual o Cristiano Ronaldo é o líder. Acredito que possa ganhar", afiançou o médio, de 29 anos, com três partidas pelos sub-19 no currículo.
Se um empate bastará aos lusos para confirmar o apuramento, os 'bialo-czerwoni' não dependem de si próprios e estão privados do avançado e capitão Robert Lewandowski, recordista de internacionalizações (156) e tentos (84) pelo seu país, devido a lesão.
"O rendimento dele no FC Barcelona não é o mesmo comparativamente com o que tem dado na seleção. É um pouco criticado na Polónia por causa disso, mesmo que as dinâmicas entre clube e seleção sejam diferentes. Vão sentir a falta dele, mas podem ser competitivos sem ele. É claro que vai faltar o líder do balneário, mas não sei se fará tanta diferença assim no final", enquadrou Nenê, alcunha de Rui Correia no futebol.
Krzysztof Piatek, Adam Buksa ou Kacper Urbanski devem acompanhar Karol Swiderski no ataque do habitual '3-5-2' do treinador Michal Probierz, designado em setembro de 2023 como sucessor do ex-selecionador português Fernando Santos no comando da Polónia.
"Pessoalmente, o Piotr Zielinski é aquele que mais admiro a nível de qualidade técnica. O jogador mais da seleção é ele e nem tanto o Lewandowski", realçou, aludindo ao médio do campeão italiano Inter Milão, habitual capitão na ausência do dianteiro do FC Barcelona.
Figura do inédito campeonato arrebatado em 2023/24 pelo Jagiellonia Bialystok, ao qual chegou oriundo do Santa Clara, Nené elege o "espírito competitivo e de entreajuda" como a principal força da equipa de Probierz, que reflete o padrão futebolístico da Ekstraklasa.
"A seleção é mais evoluída na organização tática, mas os clubes possuem equipas muito combativas e agressivas num campeonato competitivo, em que todos podem ganhar uns aos outros. Os jogadores polacos têm esse ADN de dar luta e acreditar sempre. Se não for pela qualidade técnica, fazem com que o jogo seja competitivo através da sua entrega", finalizou.