Em comunicado submetido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os 'azuis e brancos' atualizaram a informação transmitida horas antes ao regulador, na qual apontavam a assinatura desse vínculo com uma empresa internacional até 30 de junho.
O valor global "será registado de imediato" nas contas da FC Porto SAD, mesmo que o respetivo pagamento "possa não ser feito de forma integral no momento da assinatura".
A parceria irá ser consubstanciada "na participação minoritária, de até 30%, numa nova empresa", que vai explorar as receitas comerciais diretamente associadas ao Estádio do Dragão, entre as quais a bilhética ou os direitos de designação do recinto, entre outras.
"Uma vez que esta empresa integrará o perímetro de consolidação da FC Porto SAD, o valor desse capital injetado será incorporado nas contas consolidadas da sociedade. A empresa parceira do FC Porto irá receber uma parte -- que serão previsivelmente 30% a título de dividendos - do resultado gerado pelos negócios, com total partilha de risco, dos quais se esperam um significativo crescimento, dada a experiência internacional que o parceiro aportará à estrutura comercial do Grupo FC Porto", explicou a administração da SAD presidida por Pinto da Costa, cuja negociação de ações foi suspensa esta manhã.
Na segunda-feira, numa entrevista à estação televisiva SIC, o presidente e recandidato à liderança do FC Porto nas eleições de 27 de abril tinha enaltecido essa futura entrada de capital oriunda do acordo selado por 15 anos com a empresa norte-americana Legends.
O dirigente recusou ainda deixar o clube dependente de fundos de investimento, apesar de integrar na sua lista o empresário João Rafael Koehler, fundador e administrador da sociedade de gestão de capital de risco Quadrantis, como candidato a vice-presidente.
Essa empresa incorpora a empresa Connect Capital, que celebrou em abril de 2023 um empréstimo de 14,5 ME à FC Porto SAD, tal como consta do último relatório e contas semestral dos 'azuis e brancos', que estão a negociar uma reformulação da sua dívida.
"Eles têm um plano do interesse do clube. Vamos diminuir altamente o passivo e ter um financiamento de 250 ME a um juro muito mais baixo. Com o financiamento que tem sido feito, vão cobrar-nos cerca de metade dos juros que estamos a pagar", reiterou Pinto da Costa, remetendo detalhes para o administrador financeiro cessante Fernando Gomes.
A FC Porto tinha indicado na manhã de hoje que, "apesar de não ter ainda fechado um financiamento", tem estado a negociar uma reformulação da sua dívida de médio e longo prazo, numa verba estimada de 250 ME, a uma "taxa de juro competitiva".
"No que diz respeito a um possível novo financiamento, fruto da permanente auscultação ao mercado em busca de melhores condições financeiras, a sociedade ainda está numa fase de negociação, pelo que não pode concretizar detalhes da operação, como taxas de juro e/ou contrapartidas associadas. Nesta data não está garantido o fecho do negócio", finalizaram os vice-campeões nacionais, no segundo comunicado enviado hoje à CMVM.
Pinto da Costa, que está a cumprir o 15.º mandato consecutivo e é o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, concorrerá à presidência do FC Porto com André Villas-Boas, ex-treinador da equipa de futebol, e o empresário Nuno Lobo, candidato batido em 2020, nas eleições dos órgãos sociais, em 27 de abril, no Estádio do Dragão, no Porto.