Nas palavras do filho, Pelé sempre esteve "muito preocupado com o destino do futebol brasileiro". E se ele "estivesse aqui este ano, teria ficado muito triste" com a crise atual.
Edinho, antigo guarda-redes que se tornou treinador e um dos sete filhos do 'rei', falou à agência AFP antes do aniversário da morte da lenda brasileira, que sucumbiu a um cancro do cólon em São Paulo, a 29 de dezembro de 2022, aos 82 anos.
Um ano após a morte de Pelé, tricampeão do mundo com o Brasil (1958, 1962 e 1970), a canarinha, órfã de Neymar, que estará ausente pelo menos até ao próximo verão, não está muito bem. Ao fim de seis jornadas, ocupa apenas o sexto lugar do grupo de qualificação sul-americano para o Mundial de 2026 - a última vaga de qualificação direta - e ainda se ressente de uma derrota por 0-1 contra a Argentina no Maracanã, a 22 de novembro.
"Ainda temos grandes jogadores, mas já tivemos mais jogadores de alto nível do que temos hoje", disse Edinho. A crise de resultados foi agravada por uma crise institucional, com a destituição, em 7 de dezembro, do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, por ordem judicial. O tribunal do Rio de Janeiro invalidou um acordo que permitia a sua eleição.
"Esta crise não surgiu de um dia para o outro, são problemas grandes e complexos", disse Edinho, de 53 anos, que treina o Londrina na segunda divisão do Brasil, no estado do Paraná. O Santos, onde o famoso camisola 10 passou a maior parte de sua carreira, também está a passar por momentos difíceis. No início de dezembro, o clube da cidade portuária desceu à segunda divisão, pela primeira vez nos seus 111 anos de história.
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