O Sporting voltou a tropeçar no campeonato, este domingo, ao empatar frente ao surpreendente Arouca (1-1), num jogo em que - entre muitas poupanças - praticamente disse adeus ao pódio, uma vez que fica a sete pontos do Sporting de Braga e a nove do FC Porto.
Pressionados a vencer antes de receberem a Juventus na segunda mão dos 'quartos' da Liga Europa, os leões entraram mais fortes, mas muito ineficazes. Após algumas investidas da equipa de Amorim, Pedro Gonçalves falhou um penálti (alertado pelo VAR), sendo que, na resposta, Antony aproveitou um erro de Diomande para 'gelar' Alvalade.
Amorim fez alguns ajustes ao intervalo e o Sporting tentou dar a volta ao rumo dos acontecimento, mas nem De Arruabarrena, nem os postes, permitiam que o emblema leonino pudesse sonhar com a reviravolta.
Ainda assim, perto do minuto 90, Pedro Gonçalves redimiu-se com novo penálti, resgatando um ponto numa partida que confirma que o pódio já parece ser uma miragem, dada a distância para os concorrentes mais diretos.
São, por isso, deslizes a mais para quem quer chegar ao pódio, restando agora virar atenções para o duelo europeu frente à Juventus. Já o Arouca - imediatamente atrás dos leões na classificação, apesar dos 13 pontos de distância - tem condições para sonhar com a Liga Europa, tendo aumentado a distância para o sexto classificado, o Vitória SC.
Vamos então às notas da partida:
Figura
De Arruabarrena defendeu quase tudo o que havia para defender e ainda contou com a ajuda dos postes, tanto o esquerdo, como o direito, uma vez que ambos foram testados por Chermiti e Morita, respetivamente, numa altura em que o Sporting procurava o empate. O principal lance foi mesmo o da grande penalidade, após remate de Pote para lá da meia hora de jogo, evitando que os leões se adiantassem na frente do marcador. Segurança e perspicácia são as palavras certas para definir a exibição em Alvalade.
Surpresa
Antony Alves não podia ter sido mais oportuno. Uma oportunidade, um remate, um golo. Surpreendeu ao aparecer de forma tão privilegiada nas costas da defensiva contrária no lance que deixou o Arouca a vencer antes do intervalo, após falha de Diomande no alívio de bola. Esteve em campo até aos 80 minutos e, para lá da missão ofensiva, ainda ajudou a equipa a defender quando não tinha bola, vencendo alguns duelos e intercetando várias jogadas no seu corredor.
Desilusão
Ousmane Diomande acaba por ficar, inevitavelmente, ligado ao novo tropeção do Sporting, uma vez que o lance do golo do Arouca causou muito desconforto em Alvalade, ainda dentro da primeira parte. O central que passou pelo Mafra na primeira fase da temporada voltou ao trio de centrais montado por Rúben Amorim, mas terá feito a pior exibição desde que foi contratado pelos leões, sendo que, ao tal erro, juntaram-se vários duelos perdidos e alguma falta de concentração.
Treinadores
Rúben Amorim ativou o 'modo poupança' a pensar na Liga Europa e promoveu cinco alterações em relação à equipa apresentada em Turim, diante da Juventus, mexendo com todos os setores. As mexidas não se fizeram notar no imediato, mas a força das circunstâncias deixou à tona algumas fragilidades, sobretudo na missão defensiva. As substituições na segunda parte mostraram que havia formas de dar a volta, mas a sorte também não esteve do lado dos leões, que só conseguiram empatar com novo penálti
Armando Evangelista preferiu cumprir a famosa frase "em equipa que ganha não se mexe", repetindo o onze da partida anterior, frente ao Marítimo. Fieis aos seus princípios, os arouquenses mostraram estar coesos nos momentos sem bola e, quando a tinham em sua posse, foram oportunos junto da baliza adversária. Apesar de alguns períodos de antijogo na segunda parte, o treinador soube como montar uma estratégia para travar certas investidas do Sporting durante a segunda parte.
Árbitro
Vítor Ferreira não teve uma noite nada fácil em Alvalade, sobretudo no que toca aos penáltis, uma vez que ambos os lances são passíveis de discussão. No primeiro precisou do auxílio do VAR para descodificar uma mão de Galovic na grande área, apesar de estar de costas para a bola, enquanto no segundo não teve dúvidas em assinalar o toque de Basso no duelo com Pedro Gonçalves, tudo isto num jogo em que não mostrou cartões amarelos - apenas vermelhos a Rúben Amorim e Filipe Freitas nas áreas técnicas.
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